Comandante da Marinha se explica a Lula sobre vídeo que ironizava privilégios

BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – O presidente Lula conversou na última sexta-feira (3) com o comandante da Marinha, almirante Marcos Sampaio Olsen, sobre o vídeo institucional em que a Força rebatia as acusações de privilégios militares em meio ao debate sobre os cortes de gastos do governo.

Olsen deu explicações ao petista sobre a peça publicitária que ironizava críticas de que há privilégios na carreira militar. Lula se irritou com a produção e divulgação do material alusivo ao Dia do Marinheiro (13 de dezembro).

Articulada pelo ministro da Defesa, José Mucio, a conversa ocorreu na Granja do Torto, uma das residências oficiais da Presidência da República.

De acordo com auxiliares das autoridades, o encontro serviu para apaziguar o assunto. O vídeo havia gerado críticas a Olsen no governo e pedidos para que o oficial fosse demitido do cargo sob o argumento de que ele teria atuado de forma política ao fazer críticas veladas ao pacote fiscal do ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), que altera a previdência dos militares.

Olsen teve a demissão avaliada pelo ministro da Defesa. A conclusão de Mucio foi de que o desgaste com a eventual demissão seria maior do que contornar a crise.

A gravação divulgada pela Marinha contrastava cenas de marinheiros durante operações de salvamento e treinamentos militares com imagens de pessoas em período de lazer aproveitando praias, festas e viagens.

O registro dizia que os militares na Marinha teriam de se “acostumar com uma vida de sacrifícios”. Ao final, uma marinheira dizia diretamente à câmera: “Privilégios? Vem pra Marinha”.

A filmagem foi divulgada em 1º de dezembro, um dia após os comandantes se encontrarem com o presidente, em almoço no Palácio da Alvorada em um sábado, para expor suas contrariedades ao pacote fiscal.

Ministros ouvidos pela Folha de S.Paulo à época consideraram o vídeo como inoportuno e motivo de grande constrangimento no governo

Em resposta, segundo relatos, Olsen justificou que precisava mostrar internamente que a Marinha não estava desamparada diante de ofensivas contra benefícios da carreira.

Redação / Folhapress

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