Como Belém se tornou a casa do Brasil no Norte e entrou na rota do futebol

SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) – Depois de abrir as Eliminatórias em Belém (PA) no ano passado, a seleção retorna à capital paraense para um período de treinos antes da viagem até a Venezuela. As duas visitas em dois anos representam uma nova fase futebolística da cidade.

Belém se tornou a casa da seleção brasileira na região Norte do país. O movimento tem origem política, com os laços estreitados entre o governador Hélder Barbalho, o presidente da Federação Paraense, Ricardo Gluck Paul, e Ednaldo Rodrigues, presidente da CBF.

A capital ficou 12 anos sem receber um jogo da seleção antes de sediar a vitória por 5 a 1 do Brasil sobre a Bolívia em 2023. Agora, apesar de não receber o duelo contra o Uruguai, será casa dos treinos da seleção.

Belém também entrou na rota dos estádios para o Mundial Feminino. O Mangueirão é o único estádio que não foi uma das arenas da Copa do Mundo de 2014 que pode ser um dos eleitos pela Fifa.

A Supercopa do Brasil de 2025 será disputada no Mangueirão —o Flamengo confirmou presença. O estádio é estadual e, por isso, o trâmite é facilitado assim como o cuidado com o gramado.

A Federação Paraense quer mostrar o estado como polo do futebol e aumentar visibilidade do clássico Remo x Paysandu. Para isso, usa a paixão local e o estádio cheio a seu favor.

Esse trabalho de trazer os jogos para Belém tem dois caminhos. Um é o trabalho político junto à CBF. Eu preciso ser justo: com sensibilidade do presidente Ednaldo. E também por causa do equipamento. O Mangueirão passou por reforma recente. O governador deixou o estádio em alto padrão. Lutar por eventos tem sido foco estratégico da federação. Quando a gente assumiu, tinham cinco competições por ano. O futebol estava apagado. Saltamos para 37 e a projeção para o próximo ano é 45. Um número alto, ficaria só atrás do Rio em quantidade de competições. Estamos tentando colocar o Pará na rota e nos apresentar como alternativa para grandes eventos Ricardo Gluck Paul

Ricardo é ex-presidente do Paysandu. Ele não se colocava como oposição à gestão anterior, mas tem ideias distintas em relação ao que era aplicado na época do Coronel Nunes, por exemplo, que posteriormente virou presidente interino da CBF.

Uma comparação que os paraenses fazem é com o nível de desenvolvimento que o futebol cearense teve nos últimos anos.

“Há dez anos atrás, o Pará tinha o mesmo nível de competitividade do Ceará. E eles decolaram. O Fortaleza, no sub-20, fazia 55 jogos. E o sub-20 do Paysandu fazia 15. O futebol paraense ficava para trás por causa da ausência de competições”, disse Gluck.

EDER TRASKINI E IGOR SIQUEIRA / Folhapress

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