SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) – Um estudo recente mostra a descoberta de pingentes feitos de ossos de preguiças-gigantes extintas da espécie Glossotherium phoenesis.
A descoberta revela fortes indícios de que os primeiros seres humanos chegaram ao que hoje é o Brasil há pelo menos 27 mil anos o que vai contra a hipótese mais aceita atualmente pela comunidade científica, que diz que os seres humanos chegaram ao continente americano pela América do Norte, pelo Estreito de Bering, há cerca de 13 mil anos, e depois desceram para a América do Sul.
O QUE SE SABE SOBRE A GLOSSOTHERIUM PHOENESIS:
Espécie de preguiça-gigante teria vivido no Brasil há mais de 20 mil anos. Seus fósseis foram encontrados em Minas Gerais e na Bahia.
Uma de suas particularidades é que os ossos do crânio permitiram diferenciar macho e fêmea, segundo a UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais).
A espécie teria o tamanho de um boi e pesaria cerca de 600 kg, de acordo com a CNN.
A pesquisa que culminou na descoberta da espécie durou cerca de 20 anos e foi publicada em abril de 2019 no Journal of Systematic Palaeontology, uma das principais revistas de paleontologia do mundo.
O estudo se intensificou entre 2015 e 2019, e foi liderado pelo professor Cástor Cartelle Guerra, da equipe do Museu de Ciências Naturais da PUC Minas. Especialistas brasileiros, canadenses, franceses e argentinos trabalharam na pesquisa, que analisou mais de 200 partes do corpo de diferentes animais da mesma espécie testes e comparações foram feitos para terem certeza de que o que havia sido encontrado não era de uma espécie já conhecida.
“Essa descoberta mostra a adaptação de espécies pelos trópicos. Com base nos fósseis encontrados, muito provavelmente esse animal vivia em São Paulo e subiu para Minas Gerais, Mato Grosso, Bahia, Pernambuco e Paraíba, e foi até a Venezuela, sem ultrapassar os Andes. Essa espécie é importante para a ciência porque amplia o conhecimento de algo tão peculiar na América do Sul, que são as preguiças, que têm origem sul-americana, mas migraram para o norte”, disse Cástor Cartelle Guerra à PUC Minas.
O nome Glossotherium phoenesis faz referência ao pássaro fênix, como uma homenagem às pessoas que colaboraram para a recuperação do Museu de Ciências Naturais da universidade após um incêndio que praticamente o destruiu, em 2013.
Redação / Folhapress