SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Viagens a lugares paradisíacos, vídeos de receitas irresistíveis, influenciadores mostrando o melhor da moda e pessoas celebrando conquistas pessoais e profissionais. Tudo isso está a um clique de distância, mas, ao mesmo tempo, totalmente fora do alcance.
Ao contrário do que acontecia no passado, quando o acesso à internet era restrito a um computador fixo em casa, hoje a usamos em dispositivos móveis que nos acompanham em todos os lugares.
O número de brasileiros conectados não para de crescer. Segundo dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) de 2022, nas faixas etárias que vão dos 20 aos 49 anos, mais de 90% das pessoas acessam a internet todos os dias e têm celular de uso pessoal.
A facilidade de acesso aumentou significativamente o tempo que passamos online, mas também aumentou os danos associados.
A cada rolar de tela, somos bombardeados por conteúdos convidativos e perfeitos, muito diferente daquela rotina diária padrão.
Esse contraste entre o que vemos e o que podemos alcançar pode causar uma série de sentimentos conflitantes, que vão desde a inspiração até a frustração.
O que torna as redes sociais tão atraentes a ponto de nos manter conectados por horas? A resposta está na dopamina, um neurotransmissor associado ao prazer e à recompensa.
Cada vez que recebemos uma curtida, um comentário, ou uma nova mensagem, nosso cérebro libera dopamina, criando uma sensação de prazer.
Essa pequena dose de prazer nos motiva a continuar navegando, verificando atualizações e respondendo mensagens. É um ciclo viciante: quanto mais interagimos, mais queremos voltar.
Para os jovens, esse problema é ainda mais preocupante. O cérebro deles ainda está em desenvolvimento, o que os torna especialmente vulneráveis a esses ciclos de recompensa.
Muitos adultos também se veem presos às armadilhas das redes sociais, verificando seus celulares constantemente, mesmo sem necessidade real.
Diversos fatores contribuem para essa relação de dependência com as redes sociais. As plataformas são projetadas para manter os usuários engajados o maior tempo possível.
Os modelos de negócios de redes como Instagram, Facebook e TikTok dependem da atenção do usuário quanto mais tempo passamos rolando na tela, mais anúncios vemos, e mais lucro são gerados para as empresas.
Uma das estratégias mais eficazes para garantir esse engajamento é o conceito de “rolagem infinita”. Essa funcionalidade permite que os usuários naveguem indefinidamente por um feed de atualizações que nunca acaba, criando uma sensação de fluxo contínuo.
O uso excessivo das redes sociais pode levar a uma série de problemas de saúde mental, como ansiedade, depressão e baixa autoestima.
Por outro lado, as redes sociais também têm seus benefícios. Elas nos conectam com amigos e familiares distantes, nos ensinam novas habilidades, e nos inspiram com histórias motivadoras e educativas.
Talvez a chave esteja em saber usar essas ferramentas de forma consciente e equilibrada.
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CONSCIENTIZE-SE DO USO DA TECNOLOGIA
Perceba quando você sente vontade de pegar o telefone e se pergunte se realmente precisa fazer isso agora. Essa consciência ajuda a interromper hábitos automáticos.
ESTABELEÇA LIMITES DE TEMPO
Defina horários específicos para checar redes sociais. Evite usá-las em momentos como refeições ou enquanto se desloca para o trabalho.
CRIE MOMENTOS OFFLINE
Experimente pequenos “detox digitais” de 10 a 15 minutos ao longo do dia. Uma caminhada, um livro ou um quebra-cabeça podem ser boas alternativas.
CONTROLE SEU AMBIENTE
Mantenha o telefone longe em situações em que não deseja ser distraído. Usar um despertador tradicional pode evitar a tentação de pegar o celular logo ao acordar.
APROVEITE O LADO POSITIVO DAS REDES
Siga perfis que trazem conteúdo inspirador, educativo ou que promovam seu bem-estar. Desative ou deixe de seguir aqueles que geram comparação e frustração.
FOQUE NAS INTERAÇÕES REAIS
Priorize encontros presenciais e momentos de desconexão digital. Aproveite mais o tempo com amigos e familiares
DEIXE DE SEGUIR ALGUNS PERFIS
Fazer uma limpeza na lista de quem seguimos pode diminuir sentimento de frustração e comparação
Com pessoas postando suas vidas de forma maquiada nas redes sociais, fica fácil achar que a grama do vizinho é sempre mais verde. A cada minuto são vídeos e fotos de viagens, carros caros, sucesso no trabalho, na vida fitness e no amor.
Comparar a vida e as conquistas com a dos outros pode levar à baixa autoestima, sentimentos de inadequação e ansiedade em relação à imagem e status social.
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VITOR HUGO BATISTA / Folhapress