Como máquina que simula altitude pode potencializar jovens do São Paulo

SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) – O TecFut, novo laboratório do CT de Cotia, da base do São Paulo, possui entre seus aparelhos uma máquina que simula efeitos da altitude no corpo. Dificilmente os jovens do Tricolor vão jogar na altitude pelos times de base, mas a aparelhagem visa muito mais do que preparar para tais partidas e pode potencializar os atletas em diversos níveis.

A máquina que simula efeitos da altitude provoca no organismo as reações que ele tem quando o ar é mais rarefeito. O aparelho permite entender como o corpo de cada atleta se comporta nessa situação e ajuda a treiná-lo para melhorar.

O aparelho pode simular diferentes pressões do ar, de La Paz até o Monte Everest. O objetivo é adaptar o corpo do atleta para atuar nessa condição.

“Quando você diminui a fração inspirada de oxigênio no organismo do atleta, isso desencadeia uma série de adaptações no corpo dele que permitem corpo e músculo utilizarem o oxigênio de um modo mais eficiente. O atleta que tem maior eficiência nesse uso de oxigênio muscular consegue se recuperar mais rapidamente de estímulos de alta intensidade, como por exemplo no jogo de futebol durante sprints. O atleta consegue sustentar mais sprints repetidos”, DIZ Danilo Marcelo Leite do Prado, doutor em fisiologia do esporte.

O doutor Danilo Prado faz parte da equipe do nutrólogo Eduardo Rauen, que trabalha com mais de 200 atletas, entre eles Lucas Moura, Bruno Guimarães e Gabriel Martinelli. Os dois e o restante da equipe vão trabalhar em conjunto para fornecerem planos individualizados para os atletas de Cotia.

Observamos que a grande parte dos atletas no Brasil têm uma ineficiência nesse uso de oxigênio pelo corpo, e isso aumenta o nível de desgaste deles durante os jogos, até mesmo na recuperação. Então é uma linha bem interessante que vamos aplicar no laboratório de estudos de metabolismo. Essa é a minha linha de pesquisa, estudamos isso há mais de 20 anos.

Por enquanto, não há previsão de tal máquina ser adquirida também para o CT da Barra Funda. No entanto, se o laboratório do CT de Cotia produzir resultados, há a possibilidade de levar a tecnologia também ao profissional.

EDER TRASKINI E PEDRO UNGHERIA / Folhapress

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