RIBEIRÃO PRETO, SP (FOLHAPRESS) – Três comportas estão abertas neste domingo (19) em Porto Alegre com o objetivo de permitir o escoamento da água que inunda a capital do Rio Grande do Sul para o Guaíba.
Na sexta-feira (17) a comporta de número 3, da avenida Mauá (esquina com a rua Padre Tomé), fechada desde o dia 2, foi derrubada pelo Dmae (Departamento Municipal de Água e Esgotos) de Porto Alegre para permitir o escoamento da água. A operação no centro histórico durou aproximadamente uma hora.
Neste domingo, o nível do Guaíba segue baixando em Porto Alegre e, no início da manhã chegou a 4,43 m no cais Mauá. A redução nas últimas 24 horas é de 12 centímetros.
O Guaíba deve permanecer acima dos 4 m até o início da próxima semana e acima da cota de inundação, que é de 3 m, ao menos até o final do mês, devido à possibilidade de mais chuva. As fortes chuvas causaram ao menos 155 mortes e 806 feridos. Ainda há 89 pessoas desaparecidas.
A decisão de abrir a comporta foi tomada, de acordo com o departamento, devido à diminuição do nível do Guaíba. Foi identificada uma diferença de 40 centímetros entre a água da Mauá em relação ao cais, segundo a prefeitura.
Além de um rebocador de navios e equipes do Dmae, a retirada da comporta contou com apoio da Guarda Civil Metropolitana de São Paulo e teve como objetivo permitir que técnicos acessem as casas de bombas 17 e 18.
As outras duas comportas da Mauá que estão abertas neste domingo são a 12 (avenida Voluntários da Pátria) e a 14 (avenida João Moreira Maciel).
No caso da 14, ela sofreu rompimento durante o processo de aumento do nível do Guaíba e está aberta de forma parcial.
Nos pontos que estão secos devido à baixa do nível da água, a prefeitura recolheu 545 toneladas de resíduos entre segunda (13) e sexta-feira.
SUL DO ESTADO
A água flui em direção à lagoa dos Patos, no sul do Rio Grande do Sul, e aumenta a cheia em cidades como Rio Grande e São José do Norte, antes de desembocar no oceano Atlântico.
A Defesa Civil do Rio Grande do Sul divulgou na noite de quinta-feira (16) um alerta para a continuidade da elevação dos níveis da lagoa dos Patos.
A inundação histórica provocada pelas recentes chuvas no Rio Grande do Sul alagou ao menos 303 mil edificações residenciais e 801 estabelecimentos de saúde em 123 cidades, indicam dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) e da UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul).
No total, 463 municípios foram afetados, sendo que 76.955 pessoas continuam desabrigadas e 540.633 foram desalojadas.
MARCELO TOLEDO / Folhapress