Confira algumas das pesquisas em saúde mais aguardadas em 2024

O ano de 2024 pode trazer respostas importantes para doenças como malária, Aids, e Parkinson, de acordo com as revistas Science e Nature Medicine.

Na Science, que escolheu os medicamentos para a obesidade como a Revelação do Ano de 2023, a expectativa é que novos estudos permitam compreender a abrangência do tratamento com semaglutida e outros análogos ao GLP-1, hormônio relacionado à produção de insulina e à saciedade.

Até agora, as pesquisas apontam melhora na função cardíaca e na progressão da doença renal. Por outro lado, ainda não estão claros todos os efeitos colaterais e se o tratamento precisa ser contínuo -um estudo publicado em 2022 mostrou que, após um ano da interrupção dos medicamentos, os pacientes readquiriram dois terços do peso perdido, com alterações semelhantes nas variáveis cardiometabólicas.

Estão em andamento testes para dependência de drogas -é possível que os análogos ao GLP-1 se liguem a receptores no cérebro que interferem no desejo por outros prazeres além da comida- e para a doença de Alzheimer e Parkinson, aponta a revista.

A Science também destaca os avanços no combate à malária. Em setembro, foi publicado como pré-print (ainda sem a revisão de outros cientistas) o resultado inicial de um ensaio de fase 3 da vacina R21/Matrix-M, desenvolvida pela Universidade de Oxford, envolvendo 4.800 crianças de Burkina Faso, Mali, Quênia e Tanzânia. A vacina se mostrou segura e eficaz e os resultados iniciais incentivaram a OMS (Organização Mundial da Saúde) a adicionar a R21 à sua lista de vacinas pré-qualificadas.

Na Nature Medicine, as expectativas englobam 11 ensaios clínicos com possibilidade de impacto significativo na medicina, incluindo o estudo da R21/Matrix. A expectativa é que o imunizante tenha efeito prolongado e seja mais barato do que a Mosquirix, a primeira recomendada pela OMS.

A publicação traz também em sua lista o uso de inteligência artificial como forma de reduzir o tempo para diagnóstico de câncer de pulmão –há um ensaio clínico em andamento com 150 mil pacientes do Reino Unido– e o estudo que propõe otimizar a estratégia de triagem da doença por tomografia computadorizada.

Outro destaque é uma pesquisa sobre hipercolesterolemia familiar, em que mutações no gene PCSK9 provocam taxas elevadas do colesterol LDL. O ensaio heart-1 está testando um medicamento que atua no gene e, se bem-sucedido, diminuirá de forma duradoura o colesterol dos pacientes.

A revista menciona ainda a pesquisa que avalia o uso de um aplicativo no cuidado a gestantes com depressão; o ensaio que envolve o transplante de neurônios dopaminérgicos derivados de células-tronco embrionárias em pacientes de 50 a 75 anos com doença de Parkinson moderada; o estudo que testa um modelo de inteligência artificial para triagem de pacientes que buscam atendimento de emergência; e a vacina VIR-1388, uma tentativa de prevenir a infecção pelo HIV.

Por fim, são aguardados para este ano os primeiros resultados do estudo que compara a eficácia de diferentes tratamentos para melanoma; da pesquisa sobre o uso do trastuzumabe deruxtecano para pacientes com câncer de mama avançado, com ou sem metástase cerebral; e de um modelo de intervenção para o cuidado da saúde mental de crianças de 0 a 5 anos sob a tutela de abrigos temporários.

STEFHANIE PIOVEZAN / Folhapress

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