Congonhas deverá ter bolsão e fila virtual para carros de aplicativo

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O aeroporto de Congonhas, na zona sul de São Paulo, deverá instalar um bolsão de espera e implantar uma fila virtual de motoristas de aplicativo.

As medidas constam em uma resolução disponível em consulta pública para tentar organizar o caótico embarque e desembarque de passageiros que chegam ou partem do aeroporto com esse tipo de transporte.

De acordo com a Aena Brasil, concessionária que administra o local desde outubro do ano passado, o bolsão, previsto para ser apresentado oficialmente até o fim do mês e “instalado em breve”, deverá ficar na entrada do sítio aeroportuário, próximo ao atual espaço destinado a táxis credenciados e ao estacionamento de uma locadora de veículos, na praça Comandante Linneu Gomes.

O mapa com a localização do bolsão consta na minuta da consulta pública.

O projeto também prevê que as empresas de aplicativos criem filas virtuais para a organização do fluxo de passageiros. A fiscalização será realizada pelo município.

A segunda fase da consulta pública está disponível até o próximo dia 21. A primeira etapa, realizada entre 23 de outubro e 6 de novembro, recebeu 22 propostas com 560 contribuições, diz a prefeitura paulistana.

A administração municipal afirma que o objetivo da regulamentação é ordenar pontos de embarques de pessoas, desafogar o intenso tráfego concentrado em determinados locais no entorno do aeroporto, disciplinar os vários modais de transportes existentes, aprimorar as sinalizações de trânsito e auxiliar nas fiscalizações públicas.

Atualmente, o acesso aos carros de aplicativo no piso inferior do aeroporto é confuso e sem orientação, tanto de trânsito quanto para passageiros.

Motoristas que rodam no entorno do aeroporto aceitam, mas cancelam corridas de usuários no desembarque em seguida, com receio de serem multados por agentes da CET (Companhia de Engenharia de Tráfego), quando têm de aguardar em fila dupla por falta de lugar para estacionar ou por desorganização viária.

Somente no ano passado, mais de 34 mil multas foram lavradas nas vias de acesso às áreas de embarque e desembarque de Congonhas, diz a CET.

De acordo com a proposta, a área de espera dos passageiros para embarque nos carros de aplicativos permanecerá no piso inferior, descendo a rampa após a saída do desembarque dos voos.

A resolução, que está sendo analisada na consulta pública e tem o Comitê Municipal de Uso do Viário em uma das frentes, chama o local de zona de embarque de aplicativos.

O projeto, entretanto, contempla acréscimo de vagas disponíveis, com o objetivo de reduzir o tempo de espera e aumentar a fluidez do tráfego, explica a Aena.

A concessionária prevê ainda sinalização do meio-fio para facilitar o encontro entre motoristas e passageiros.

Entre outras ações também estão a instalação de painéis com indicação das vagas e reforço na equipe para orientação aos passageiros e motoristas.

Em 17 de outubro do ano passado, quando a empresa assumiu a gestão de Congonhas, Santiago Yus, diretor-presidente da Aena, afirmou que obras viárias para tentar amenizar o impacto de quem chega de carro ao local estavam previstas para começar no segundo semestre de 2024.

Na época, ao anunciar os planos para os veículos de aplicativo, o executivo afirmou que eles faziam parte de 60% do tráfego no entorno do aeroporto.

As alterações integram um projeto apresentado até o fim do ano à Anac (Agência Nacional de Aviação Civil), com as mudanças na infraestrutura interna e externa de Congonhas.

Outras obras estruturais devem ser feitas até 2028. Entre elas estão a construção de um novo terminal e a ampliação da sala de embarque remoto, usada por passageiros que chegam aos aviões de ônibus.

No ano passado, mais de 22 milhões de passageiros circularam pelo aeroporto. Foram realizados 231,8 mil movimentos em Congonhas, entre saídas e chegadas, sendo 185,6 mil somente da aviação comercial.

“Os estudos para a implementação estão sendo feitos em colaboração com a Secretaria Municipal de Mobilidade e Trânsito”, afirma a concessionária, em nota.

FÁBIO PESCARINI / Folhapress

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