RIO DE JANEIRO, RJ (UOL/FOLHAPRESS) – Há quase quatro meses no Flamengo, Jorge Sampaoli já apresentou suas credenciais e seu estilo de trabalho, tanto em termos de metodologia tática quanto no trato pessoal do dia a dia. E neste segundo quesito, há quase que um consenso, internamente, de que o argentino é um treinador “frio”, sem o perfil de relações íntimas e pouco entusiasta do estilo “paizão”, de passar a mão na cabeça dos jogadores e encobrir possíveis erros, algo que deixou claro mais uma vez após a derrota por 3 a 0 para o Cuiabá neste domingo (6), na Arena Pantanal (MT).
O QUE ACONTECEU
Sampaoli não pensou duas vezes em admitir que o time apresenta uma postura mais “relaxada” nos jogos do Campeonato Brasileiro em relação às Copas do Brasil e da Libertadores, onde já se encontra nas fases de mata-mata.
A reportagem já havia apontado que a própria diretoria tinha detectado este problema e tentava, de alguma forma, motivar o elenco nos jogos da competição nacional.
O argentino chegou a dizer ontem que “faltou paixão” ao Flamengo na derrota para o Cuiabá e afirmou que tentará modificar essa postura no decorrer da temporada.
Sampaoli já havia demonstrado frieza no caso Pedro, quando preferiu não ter uma conversa particular com o atacante em seu primeiro treino após a agressão sofrida para o preparador físico Pablo Hernández, amigo do treinador e ex-integrante de sua comissão técnica.
Apesar de os jogadores sentirem uma diferença no trato pessoal em relação a Dorival Júnior, por exemplo, que era muito querido pelo elenco, eles têm aprovado o trabalho de Sampaoli no que se refere aos treinamentos e ao campo e bola.
A grande maioria, inclusive, foi a favor da permanência do treinador após o episódio da agressão sofrida por Pedro, entendendo que a saída de Pablo Hernández do clube já foi suficiente.
SAMPAOLI VÊ TIME “MAIS CONECTADO” NAS COPAS
Jorge Sampaoli foi bastante sincero após a derrota por 3 a 0 para o Cuiabá e avaliou que o Flamengo fica mais “conectado” quando está disputando os jogos decisivos das Copas do Brasil e da Libertadores, mas prometeu que tentará corrigir essa questão:
“É um aspecto competitivo que o time tem que melhorar. Obviamente as coisas mudam muito nas diferentes competições. Nos jogos eliminatórios o time está mais conectado, mais decisivo, mais protagonista. Hoje o time fez um primeiro tempo muito fraco, sem vontade, sem paixão. E saiu perdendo no segundo tempo por um erro pontual, são coisas que temos que melhorar. O Flamengo tem que ter a mesma disposição e atenção dos jogos eliminatórios. Hoje, lamentavelmente, o time não competiu”.
O Flamengo volta a campo nesta quinta-feira (10) para o decisivo duelo de volta das oitavas de final da Libertadores contra o Olímpia, em Assunção (PAR). Na ida, no Maracanã, o Rubro-Negro venceu por 1 a 0 e tem a vantagem do empate.
BRUNO BRAZ / Folhapress