SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) do Brasil de 0,8% no primeiro trimestre de 2024 foi puxado pelo consumo das famílias e pela retomada dos investimentos, segundo dados divulgados nesta terça-feira (4) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
O consumo das famílias avançou 1,5%, enquanto os investimentos cresceram 4,1% em relação ao último trimestre de 2023. A despesa de consumo do governo registrou estabilidade (0,0%).
O PIB e o setor de serviços estão no maior patamar da série histórica iniciada em 1995. A indústria ainda está 7% abaixo do nível de 2013, antes da recessão iniciada no ano seguinte. Na agropecuária, o patamar mais alto foi o primeiro trimestre do ano passado.
Do ponto de vista da demanda, apenas os investimentos não se recuperaram e estão 15% abaixo do nível de 2013. O consumo tanto das famílias como do governo estão no patamar recorde.
Na comparação com o 1º trimestre de 2023, houve crescimento tanto da despesa de consumo das famílias (4,4%) quanto do consumo do governo (2,6%). O investimento avançou 2,7%, apresentando alta após três quedas consecutivas.
Entre os grandes setores, os destaques foram os serviços (1,4%) e a agropecuária (11,3%). A Indústria ficou praticamente estável (-0,1%), na comparação com o final de 2023.
A taxa da agropecuária registra uma distorção por causa da safra concentrada no início do ano de soja e milho. Essas culturas registraram queda na produção no começo deste ano em relação ao mesmo período de 2023.
Na indústria, apenas o setor de transformação cresceu (0,7%). O segmento extrativo, a indústria da construção e o conjunto de atividades de água, luz e esgoto, registrou queda.
Rebeca Palis, coordenadora de Contas Nacionais do IBGE, afirma que, dentro do setor de serviços, algumas atividades se destacaram na alta do PIB ante o trimestre anterior:
“O comércio varejista e os serviços pessoais, ligados ao crescimento do consumo das famílias, a atividade internet e desenvolvimento de sistemas, devido ao aumento dos investimentos e os serviços profissionais, que transpassam à economia como um todo”.
Na comparação com o 1º trimestre de 2023, a Indústria cresceu 2,8%, e os serviços, 3,0%. A agropecuária recuou 3%, devido à base alta de comparação do ano passado.
EDUARDO CUCOLO / Folhapress