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Controladora de concessionária do aeroporto de Guarulhos, Invepar avalia recuperação judicial

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A Invepar, controladora da concessionária do aeroporto de Guarulhos (a GRU Airport), avalia entrar com pedido de recuperação judicial na Justiça do Rio de Janeiro, em meio a um período de turbulência financeira. O grupo tem dívidas que somam R$ 1,5 bilhão.

A medida será discutida por acionistas em assembleia geral extraordinária nesta quinta-feira (12). Caso não consiga negociar alguma solução com os credores, a diretoria da Invepar precisa do aval dos acionistas para prosseguir com a recuperação judicial na Justiça.

Procurada pela Folha de S.Paulo, a Invepar disse que não irá se manifestar sobre processos em curso. “A companhia segue trabalhando na busca de soluções e para a melhor composição dos interesses junto aos credores”, afirmou o grupo em nota.

Em 15 de maio, a Invepar havia pedido à Justiça do Rio de Janeiro uma cautelar para antecipar os efeitos de uma futura recuperação judicial, como forma de proteger o caixa do grupo e de suas controladas.

O documento foi protocolado pelo grupo junto com a Lamsa (concessionária da Linha Amarela, no Rio de Janeiro), a Lambra (subsidiária da Invepar que era responsável por uma concessão rodoviária no Peru por meio da antiga Línea Amarilla, atualmente chamada Lima Expresa) e a concessionária BR-040.

A medida foi concedida no dia seguinte, em 16 de maio, pelo juiz Arthur Eduardo Magalhães Ferreira, da 5ª Vara Comercial do Rio de Janeiro. A decisão suspende execuções e cobranças de créditos ou obrigações sujeitos à futura recuperação judicial e proíbe penhora, apreensão e retenção de bens da Invepar.

O juiz determinou também que a Invepar e as demais empresas requerentes da cautelar apresentassem, em um prazo de 30 dias, um relatório das atividades das companhias, as providências adotadas e demais informações relevantes ao conhecimento dos credores. O prazo termina na próxima semana.

Em fato relevante, também em maio, a Invepar disse que protocolaria pedido de recuperação judicial caso não conseguisse chegar a um acordo com seus credores nesse prazo.

No pedido de cautelar, a Invepar diz que possui dívida de mais de R$ 670 milhões referente à debêntures do fundo árabe Mubadala e dos fundos de pensão Previ (Banco do Brasil), Petros (Petrobras) e Funcef (Caixa Econômica).

Procurado pela Folha, o Mubadala disse que não recebeu qualquer proposta de nova negociação por parte da Invepar. De acordo com o fundo, o valor devido pelo grupo ao Mubadala é de R$ 330 milhões.

“Vale destacar que a dívida, com vencimento original em 2018, foi renegociada sete vezes. A Mubadala Capital preza pela geração de soluções responsáveis e sustentáveis”, disse o fundo árabe à reportagem.

A Funcef, a Previ e a Petros disseram que não iriam comentar o assunto.

A Invepar também disse, no pedido de cautelar, ter sido prejudicada pelo litígio entre a Lamsa e o município do Rio de Janeiro, que tenta recuperar a administração da Linha Amarela.

A Invepar detém atualmente 80% das ações da Aeroporto de Guarulhos Participações S.A, sociedade que, por sua vez, possui 51% das ações da GRU Airport, concessionária do aeroporto de Guarulhos.

A Invepar é acionista controladora da Lamsa e é acionista minoritária da Via Rio, concessionária que administra 13 km do corredor Presidente Tancredo de Almeida Neves, a Transolímpica, na capital fluminense.

Além disso, o grupo também é acionista controlador da Via 040, antiga concessionária responsável pelo trecho da BR-040 entre Brasília e Juiz de Fora (MG). A rodovia foi leiloada em 2013, e a previsão era de que o contrato durasse por três décadas.

No entanto, cerca de três anos depois, em 2017, a Invepar anunciou que entraria com um pedido de relicitação -devolução amigável do ativo-, para que um novo leilão fosse feito pelo governo. O pedido foi aprovado em 2019.

As atividades da Via 040 foram encerradas em agosto de 2024, depois de o trecho ser fatiado em novas concessões.

No último relatório de resultados divulgado pelo grupo, referente ao quarto trimestre do ano passado, a Invepar registrou um prejuízo líquido de R$ 40,4 milhões. No mesmo período de 2023, a empresa havia relatado lucro de R$ 5,2 milhões.

PAULO RICARDO MARTINS / Folhapress

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