BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – A secretária do Tesouro dos Estados Unidos, Janet Yellen, afirmou nesta quinta-feira (25) que é muito difícil uma coordenação das políticas tributárias de todo o mundo e disse não ver “necessidade” nem achar “desejável” negociar um acordo internacional sobre a taxação de super-ricos.
Ela, contudo, afirmou defender a cobrança de impostos mais elevados para bilionários e disse que cada país deveria garantir que seus sistemas de tributação sejam justos e progressivos.
“Acreditamos que esta é uma iniciativa muito válida, que faz sentido para a maioria dos países adotar essa abordagem de tributação progressiva, mas temos visões muito diferentes”, disse.
“Estamos felizes em trabalhar com o Brasil nisso, em promover essas ideias no G20. No entanto, a política tributária é muito difícil de coordenar globalmente. Não vemos necessidade ou achamos realmente desejável tentar negociar um acordo global sobre isso”, acrescentou.
As declarações foram dadas por Yellen em entrevista a jornalistas às margens do encontro de ministros de Finanças e presidentes de bancos centrais do G20 grupo que reúne as 19 principais economias do mundo, a União Europeia e a União Africana.
O tema foi tratado por Yellen com o ministro Fernando Haddad (Fazenda) em uma reunião bilateral na quarta-feira (24), de acordo com uma pessoa a par do encontro. Segundo o relato, a secretária do Tesouro dos EUA se mostrou favorável a que os mais ricos arquem com uma parcela maior dos custos do Estado e mencionou uma proposta do presidente Joe Biden de elevar a tributação para bilionários nos EUA.
Haddad, contudo, afirmou aos jornalistas que a taxação de super-ricos não foi tema do compromisso com Yellen. “Isso está sendo tratado no âmbito das equipes técnicas [do G20]. Na minha opinião, está avançando bem. Eu tenho algum otimismo em relação a uma declaração conjunta dos 20 países”, disse.
NATHALIA GARCIA / Folhapress