SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A Copa do Mundo feminina não tem sido tranquila para as seleções mais tradicionais ou consideradas favoritas. A próxima da fila a tentar garantir a classificação, talvez no sufoco, será o Brasil.
Nesta quarta-feira (2), às 7h (de Brasília), a equipe enfrenta a Jamaica e precisa de uma vitória para avançar às oitavas de final. O confronto terá transmissão da Globo, SporTV, ge, Fifa + e Cazé TV (Youtube e Twitch).
Em um grupo com França (também uma das candidatas ao título), Panamá e Jamaica, não se esperava essa dificuldade para o time de Pia Sundhage.
“Lógico que o jogo vai ser nervoso porque é mata-mata. Para nós, começou antes do previsto. Temos uma equipe qualificada, mas são jogos de grandes competições. Estamos jogando uma Copa do Mundo, temos de estar preparadas para tudo. Como a Pia falou, amanhã [quarta] é um jogo decisivo e não queremos voltar para casa cedo. Queremos continuar na competição”, disse Marta, 37, que faria sua última partida de Mundial em caso de eliminação.
Confira tabela completa e classificação da Copa Como é muito provável que a França (quatro pontos) derrote o Panamá (zero), o Brasil ficaria, em caso de vitória, em segundo no Grupo F. Enfrentaria nas oitavas o primeiro do Grupo H, que tem como líder até agora a Colômbia.
É a chave em que a Alemanha, campeã mundial em 2003 e 2007, vice em 1995 e medalhista de ouro nas Olimpíadas Rio-2016 terá de também buscar resultado na última rodada para não ser eliminada de forma precoce. Terá de pelo menos empatar com Marrocos para avançar pelo saldo de gols (os dois times têm três pontos).
No Mundial masculino, no ano passado, o país caiu na fase de grupos.
“São situações diferentes. A classificação depende apenas de nós. Precisamos mais espertas e jogar com o resultado”, definiu a técnica Martina Voss-Tecklenburg.
A Copa do Mundo da Austrália e Nova Zelândia já teve outros resultados que colocaram em xeque seleções favoritas. A Noruega, uma das equipes mais fortes do planeta, perdeu por 1 a 0 para as neozelandesas na estreia mas se recuperou e obteve a classificação no Grupo A. Campeã em 1995 e vice em 1991, a seleção europeia esteve presente em todos os Mundiais e jamais voltou para casa antes de chegar ao mata-mata.
Pior foi para o Canadá. Medalhista de ouro nas Olimpíadas de Tóquio, em 2021, o elenco viajou à Oceania em briga com a federação pela diferença de investimento no futebol masculino e feminino e no pagamento de premiações.
Com uma equipe experiente, acreditava-se que atingiria as fases decisivas, mas não passou sequer para as oitavas de final. Ao perder para as anfitriãs australianas (que também correram risco) por 3 a 0, acabaram eliminadas.
“Olha, nós temos lutado com a federação por apoio mas isso não foi culpa deles [dos dirigentes]. Temos 23 jogadoras aqui, mais a comissão técnica e não fizemos o serviço; Acho que isso é mais do que tudo um aviso para a federação pela falta de uma liga profissional, pela falta de apoio para as equipes de base… Acho que vamos continuar vendo outros times chegarem ao nosso nível e nos superar se as coisas não mudarem”, reclamou a capitã Christine Sinclair.
Ela desperdiçou a chance de ser a primeira atleta de futebol (masculino ou feminino) a fazer gol em seis Mundiais. Marta também tem essa possibilidade pela seleção brasileira. Na estreia, contra a Nigéria, Sinclair perdeu pênalti que daria a vitória ao Canadá e faria diferença na classificação.
Com um futebol fraco nas três partidas e vitória apenas contra o Haiti, a China, sede do Mundial em 1991 e vice em 1999, teve o segundo pior desempenho de sua história na competição. Pela primeira vez caiu na fase de grupos e acabou goleada por 6 a 1 pela Inglaterra.
A China esteve presente em todas as Copas, menos uma: em 2003 não obteve classificação.
A Copa do Mundo da Austrália e Nova Zelândia escapou daquela que seria a maior zebra da história do futebol feminino.
Quatro vezes vencedores do torneio e atuais bicampeões, os Estados Unidos entraram em campo para enfrentar o estreante Portugal nesta terça-feira precisando de um empate para se classificar.
A igualdade em 0 a 0 foi suficiente para fazer as norte-americanas ficarem com a segunda posição. A portuguesa Ana Capeta acertou chute na trave aos 46 minutos do segundo tempo.
“A trave foi a melhor jogadora em campo”, resumiu Carli Lloyd, estrela da seleção dos Estados Unidos.
Redação / Folhapress