SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O Corecon-SP (Conselho Regional de Economia de São Paulo) criticou a concessão do prêmio de “Economista do Ano”, da Ordem dos Economistas do Brasil, a Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central, afirmando que o diretor da autoridade monetária não é economista.
Pedro Afonso Gomes, presidente do conselho, questionou, em nota publicada na noite de quinta-feira (8), a premiação. O Corecon-SP argumenta que Campos Neto, apesar de formado em economia, não possui registro no conselho e, portanto, não pode ser considerado um economista profissional.
“Assim como um advogado precisa se registrar na OAB [Ordem dos Advogados do Brasil], a um bacharel em ciências econômicas só é permitido atuar como economista após registrar-se regularmente no respectivo Corecon”, afirmou Gomes.
“É estranho atribuir o título de ‘Economista do Ano’ a alguém que é apenas bacharel em ciências econômicas.”
Campos Neto tornou-se bacharel em economia pela Universidade da Califórnia, nos EUA, em 1993. Dois anos depois, ganhou o título de mestre em economia pela mesma instituição. O título de economista, entretanto, fica restrito aos profissionais que se registram junto aos conselhos regionais de economia, segundo o Corecon-SP.
“A Lei 1.411/1951 e o Decreto 31.794/1952, protegendo a sociedade, determinam que só podem ser designados como economistas os bacharéis em ciências econômicas que sejam registrados no Conselho Regional de Economia que jurisdicione o seu domicílio ou local de trabalho”, afirma o presidente do Corecon-SP.
O órgão afirma que a contestação não tem razões “ideológicas ou de pensamento econômico”.
A premiação deve ser entregue nesta sexta-feira (9). O Banco Central não se pronunciou sobre o assunto.
LAURA INTRIERI / Folhapress