SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A Coreia do Norte exibiu nesta sexta-feira (13) imagens que seriam das centrífugas que produzem combustível para suas bombas nucleares, dando uma rara visão interna do programa nuclear de Pyongyang, proibido por múltiplas resoluções do Conselho de Segurança da ONU.
É a primeira vez que a ditadura oferece mais detalhes sobre a estrutura desde que o país inaugurou seus testes nucleares, em 2006. Essas usinas produzem o urânio enriquecido necessário para o armamento nuclear, fazendo o elemento girar em alta velocidade nas centrífugas.
Segundo a agência estatal de notícias KCNA, o ditador Kim Jong-un visitou o Instituto de Armas Nucleares e uma base de produção de materiais nucleares. As fotos que acompanham o material mostram o líder caminhando entre longas fileiras de centrífugas de metal. Não ficou claro quando a visita ocorreu nem a localização da instalação.
Durante a inspeção, Kim “se familiarizou com a produção de ogivas e materiais nucleares”, segundo a agência, e instou os trabalhadores a produzir mais material para armas nucleares, dizendo que o arsenal do país é vital para enfrentar ameaças dos Estados Unidos e seus aliados.
As centrífugas vistas nas fotos parecem ser menores e mais curtas do que se acreditava, sugerindo que a Coreia do Norte está desenvolvendo os próprios equipamentos para aprimorar suas capacidades, disse à agência de notícias Reuters Lee Sang-kyu, especialista em engenharia nuclear do Instituto Coreano de Análise de Defesa da Coreia do Sul.
A Coreia do Sul criticou o pedido de Kim para aumentar a produção de urânio enriquecido e alertou que a ação “é uma clara violação de várias resoluções do Conselho de Segurança da ONU”.
Pyongyang consegue contornar as restrições das Nações Unidas, em partes, graças ao apoio de aliados como Rússia e China. Entre 2006 e 2017, a Coreia do Norte realizou seis testes nucleares subterrâneos e já mostrou fotos do que diz serem ogivas nucleares.
As estimativas do número de armas nucleares da Coreia do Norte variam amplamente. Em julho, um relatório da Federação de Cientistas Americanos concluiu que o país pode ter produzido material suficiente para construir até 90 ogivas nucleares, mas que provavelmente montou algo mais próximo de 50.
Redação / Folhapress