SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Chuvas torrenciais atingiram a Coreia do Sul neste fim de semana, causando inundações e deslizamentos de terra que deixaram ao menos 40 pessoas mortas, segundo atualização divulgada nesta segunda (17).
A cifra inclui as 12 mortes que ocorreram num túnel em Cheongju, onde 16 veículos ficaram presos no sábado, após um dique colapsar. Para chegar até o local, a 110 km de Seul, quase 900 bombeiros, policiais e militares usaram barcos e drones para atravessar uma lama espessa e escoar a água na passagem.
Ainda há nove desaparecidos e 34 feridos em todo o país, de acordo com o Ministério do Interior.
As chuvas têm assolado as regiões central e sul da nação asiática desde quinta-feira esta é a época na qual as precipitações, que em geral começam em junho, atingem seu pico. O órgão meteorológico sul-coreano informou que há mais chuvas previstas até quarta e pediu que a população não saia de casa.
A extensão dos danos fez os sul-coreanos, incluindo o presidente Yoon Suk Yeol, colocarem em xeque a eficiência da resposta das autoridades à crise climática. Cientistas e organizações especializadas no tema afirmam que o aquecimento global aumentou a frequência e a intensidade de eventos extremos.
“Devemos aceitar que a mudança climática está acontecendo e lidar com ela”, disse Yoon nesta segunda, antes de visitar a província de Gyeongsang do Norte. Oito dos desaparecimentos e 19 mortes foram registradas na área montanhosa, onde grandes deslizamentos de terra engoliram casas com pessoas dentro. Alguns dos desaparecidos podem ter sido arrastados para um rio que transbordava na província.
Segundo a agência de notícias Yonhap, a polícia anunciou uma investigação sobre a inundação do túnel de Cheongju. O presidente, que acaba de voltar da cúpula da Otan, realizada na Lituânia, admitiu que a situação piorou devido à má gestão de áreas vulneráveis. “Enfatizamos repetidamente o controle de acesso a áreas perigosas e a retirada preventiva desde o ano passado, mas se os princípios básicos de resposta a desastres não são mantidos no local é difícil garantir a segurança pública”, afirmou Yoon.
Ele acrescentou que “revisará completamente” a resposta a eventos do tipo, que segundo ele se tornarão cada vez mais comuns. O político também designou as cidades afetadas como zonas especiais de desastre. No ano passado, o governo já havia prometido medidas para lidar melhor com esse tipo de incidente após as chuvas mais fortes em 115 anos na região da capital deixarem mais de dez mortos.
Na vizinha Coreia do Norte, um dos países mais fechados do mundo, a situação permanece incerta. Nas últimas semanas, porém, a mídia estatal reportou fortes precipitações e citou medidas para proteger as plantações do território em um momento em que o regime enfrenta uma grave escassez de alimentos.
As chuvas intensas também provocaram mortes na Índia. Na capital, Nova Déli, milhares de pessoas puderam voltar para suas casas nesta segunda, após o nível da água baixar. O rio Yamuna atingiu na semana passada o nível mais alto em 45 anos, segundo autoridades, e ao menos 90 pessoas morreram.
O governo de Nova Déli prometeu neste domingo uma indenização de 10 mil rúpias (R$ 579,5) para todas as famílias atingidas e disse que as escolas forneceriam livros e uniformes para as crianças que perderam os itens nas enchentes. As autoridades afirmaram ainda que intensificaram os esforços para prevenir doenças transmitidas por mosquitos e outros insetos devido à água parada na cidade.
Milhares de pessoas foram retiradas da região, e ao menos 13 escolas na capital que recebem famílias que perderam suas casas devido às enchentes permanecerão fechadas pelo menos até quarta-feira (19).
Nos EUA, outro país do Hemisfério Norte atingido pelas fortes chuvas, uma tempestade matou ao menos cinco pessoas na Pensilvânia e deixou duas crianças, uma de 2 anos e outra de 9 meses, desaparecidas.
Enquanto isso, mais de 80 milhões de americanos, um quarto da população do país, estavam sob alerta de calor extremo neste domingo. A onda afeta o oeste, o sul e o sudeste do país, em meio a temperaturas globais recordes nos últimos dias a primeira semana de julho foi a mais quente já registrada.
Até agora, este ano registrou 12 mortes relacionadas ao calor nos EUA, e 55 ainda estão sob investigação.
Redação / Folhapress