SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) – Corinthians e São Paulo protagonizaram um Majestoso com “M” maiúsculo, empataram por 2 a 2 na Neo Química Arena em um jogo maluco e continuaram em situações distintas no Campeonato Brasileiro. O Tricolor ficou na frente do placar duas vezes diante de uma atuação infernal de Lucas, mas os donos da casa reagiram sob “empurrão” da torcida com golaços de Coronado e Mosquito.
Com o resultado, a equipe de António Oliveira chegou aos 7 pontos, mas pode terminar a rodada no Z4: o alvinegro corre risco de ser ser ultrapassado por Criciúma e Cuiabá ainda na noite deste domingo (16).
O Tricolor, por outro lado, subiu aos 15 pontos e segue no G6 mesmo que provisoriamente. O time ampliou sua sequência positiva e não perde há 13 partidas na temporada.
Os paulistas voltam a jogar na noite desta quarta-feira (19) pelo Brasileirão. O Corinthians visita o Inter, enquanto o São Paulo recebe o Cuiabá no MorumBis.
Como foi o jogo
O 1° tempo pegou fogo em Itaquera, com quatro gols, confusão e alternância de poder. Lucas, por dentro, desequilibrou e marcou aos três minutos, mas Coronado empatou com um golaço em meio à melhora dos mandantes. O São Paulo voltou a ficar na frente do placar com um gol contra de Cacá que irritou as organizadas corintianas, e o clima quente deixou as arquibancadas rumo ao gramado com uma confusão entre os atletas. Ainda deu tempo de Mosquito, nos acréscimos, fazer outro bonito gol para os donos da casa.
Na etapa final, a expulsão de Caetano ampliou a tensão em Itaquera, e Carlos Miguel fez milagre. Em meio às mudanças de António Oliveira e Luis Zubeldía, o ritmo até então intenso caiu, e a rede não voltou a balançar até o apito final de Ramon Abatti Abel -mesmo com um esboço de pressão dos visitantes.
Gols e destaques
Toca no Lucas que é gol. O São Paulo precisou de três minutos para abrir o placar: Lucas, arrancando por dentro, acionou Calleri, que segurou a marcação de Caetano e conseguiu fazer a tabela. O camisa 7, que havia saído em disparada após o passe para o argentino, invadiu a área nas costas de Moscardo e deslocou Carlos Miguel antes de murchar a Neo Química Arena: 1 a 0.
Motorzinho inferniza, e Carlos Miguel brilha. O gol não baixou o ânimo do Tricolor, que voltou a assustar aos 11 minutos diante de um atordoado Corinthians. Primeiro, o motorzinho Lucas pegou a bola ainda do campo de defesa, passou por ao menos três rivais conduzindo em velocidade e forçou a defesa de Carlos Miguel – o goleiro voltou a trabalhar praticamente no lance seguinte e evitou um golaço de Luciano, que experimentou de primeira uma bola que veio do alto.
Mandantes reagem. Aos poucos, o time de António Oliveira saiu para o jogo e conseguiu, minimamente, incomodar o rival apertando a saída de bola e apostando nas bolas paradas. Foi assim que Matheuzinho obrigou Jandrei a trabalhar, Yuri Alberto errou o alvo e Moscardo ficou no quase após escanteio.
Coronado faz golaço. O Corinthians igualou o placar aos 30 minutos com um toque mágico de Coronado: após tentar, em vão, se livrar da forte marcação são-paulina, Wesley recuou para Caetano, que acionou Hugo. O lateral tocou para Coronado, que agiu rápido, chutou antes da chegada de Arboleda e acertou o ângulo de Jandrei: 1 a 1.
Cacá faz contra (de novo) e incendeia Itaquera. O São Paulo mostrou eficiência e balançou as redes novamente pouco antes do intervalo: Lucas soltou a bola após infiltração de Igor Vinícius, que cruzou na direção de Calleri – Cacá, na tentativa de cortar, marcou contra pela segunda vez em menos de uma semana: 2 a 1. A comemoração dos visitantes irritou as organizadas corintianas, que atiraram alguns objetos no gramado e causaram uma confusão generalizada. Exaltado, Carlos Miguel deu um empurrão no atacante argentino e tomou amarelo, assim como Luciano.
O Corinthians não desistiu e conseguiu igualar o marcador nos acréscimos -desta vez, em bobeada Tricolor. Após cruzamento para a área, Luciano ficou com a bola e foi desarmado por Yuri Alberto. A bola sobrou para Mosquito, que acertou um chute raro de perna esquerda e enlouqueceu a Neo Química Arena: 2 a 2.
O clássico continuou frenético nos minutos iniciais do 2° tempo, e Carlos Miguel e Jandrei fizeram boas intervenções antes dos 15 minutos. O corintiano barrou tentativas de Calleri e Luis Gustavo, enquanto o são-paulino defendeu finalizações de Bidon e Yuri Alberto.
Zubeldía renova pontas, e António responde. Aos poucos, o Majestoso foi perdendo intensidade, e o técnico do São Paulo resolveu mexer e renovar seu elenco principalmente pelos lados, com Michel Araújo e Rato entrando nos lugares de Nestor e Luciano, respectivamente – a mudança colocou, de vez, Lucas pelo meio, apesar de o camisa 7 já ter infernizado por dentro. António Oliveira respondeu e, imediatamente, lançou Pedro Raul e sacou Mosquito.
Caetano recebe vermelho e cria nova tensão. O zagueiro do Corinthians deixou o gramado da Neo Química Arena mais cedo ao tomar dois cartões amarelos em menos de dez minutos: nas duas ocasiões, Caetano derrubou Calleri e acabou advertido por Ramon Abatti Abel.
Carlos Miguel se agiganta. A expulsão fez o São Paulo incomodar de vez o rival no clássico, e Carlos Miguel apareceu de maneira inacreditável aos 34 minutos: após cruzamento da direita, Michel Araújo escorou para o gol e viu Matheuzinho bloquear – no rebote, o meia finalizou de novo, e o substituto de Cássio se esticou para evitar, no limite, o pior para o alvinegro. Foi o último lance de grande perigo em um movimentado clássico.
FICHA TÉCNICA
CORINTHIANS 2×2 SÃO PAULO
Data e horário: 16 de junho de 2024, às 16h (de Brasília)
Competição: 8ª rodada do Campeonato Brasileiro
Local: Neo Química Arena, em São Paulo (SP)
Árbitro: Ramon Abatti Abel
Assistentes: Fabricio Vilarinho da Silva e Henrique Neu Ribeiro
VAR: Igor Junio Benevenuto de Oliveira
Cartões amarelos: Carlos Miguel, Caetano (COR); Diego Costa, Luciano, Lucas (SPO)
Cartões vermelhos: Caetano (COR)
Público: 46.129
Gols: Lucas (SPO), aos 3 min do 1° tempo; Coronado (COR), aos 30 min do 1° tempo; Cacá (contra) (SPO), aos 41 min do 1° tempo; Mosquito (COR), aos 48 min do 1° tempo
CORINTHIANS: Carlos Miguel, Matheuzinho, Cacá, Caetano e Hugo; Raniele, Moscardo (Bidon) e Coronado (Matheus Araújo); Mosquito (Pedro Raul), Wesley (João Pedro) e Yuri Alberto (Giovane). Técnico: António Oliveira
SÃO PAULO: Jandrei; Igor Vinícius, Arboleda, Diego Costa e Welington; Luiz Gustavo (Ferreirinha), Alisson, Nestor (Michel Araújo), Lucas e Luciano (Rato); Calleri. Técnico: Luis Zubeldía
BRUNO MADRID / Folhapress