SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O corpo do soldado da Rota (Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar) Samuel Wesley Cosmo, assassinado na sexta-feira (2) durante patrulhamento em uma favela em Santos, na Baixada Santista, foi sepultado neste sábado (3) na capital.
O enterro, no Mausoléu da Polícia Militar, no cemitério do Araçá, no Pacaembu, zona oeste de SP, teve a presença do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que deixou o local sem falar com a imprensa. Ele foi acompanhado pelo advogado Fabio Wajngarten, secretário de Comunicação durante seu governo.
O subsecretário da Segurança Pública, Osvaldo Nico Gonçalves, também esteve presente, assim como o delegado-geral Arthur Dian. Eles, assim como Bolsonaro, não se manifestaram.
Policiais militares de diversos batalhões acompanharam a cerimônia. Muitos deles estavam cabisbaixos, como se não acreditassem em outra morte de um soldado da Rota em seis meses, algo até então inédito na corporação.
No fim de julho do ano passado, o soldado Patrick Bastos Reis, 30, também lotado na Rota, foi morto durante uma ação em Guarujá, no litoral paulista.
Após o assassinato, a gestão Tarcísio de Freitas (Republicanos) colocou em ação a Operação Escudo. Ao menos 28 pessoas foram mortas entre os dias 28 de julho e 5 de setembro em Guarujá e Santos.
Após a morte de Cosmo, o governo reforçou a Operação Escudo na Baixada Santista, que havia sido deflagrada na semana anterior, após a morte do soldado Marcelo da Silva em 26 de janeiro, em Cubatão.
Na madrugada deste sábado, ações da Rota deixaram dois mortos, um deles em Santos onde um policial foi ferido de raspão no braço e outro em São Vicente.
Ex-chefe da Rota, o deputado Coronel Telhada conversou coma imprensa no cemitério. Ele criticou a ação dos disse que não se pode tratar bandidos como “vítimas da sociedade”.
Telhada também disse ser favorável ao uso das câmeras corporais, mas desde que ajude o policial. A morte do soldado Cosmo foi flagrada por um equipamento preso à farda. Nas imagens é possível ver o criminoso, da porta de uma residência, disparar contra o policial que seguia por uma viela.
Segundo o deputado, o irmão do soldado Cosmo também era policial militar e foi assassinado há alguns anos.
PAULO EDUARDO DIAS / Folhapress