SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Cotada para vice de Guilherme Boulos (PSOL) na disputa à Prefeitura de São Paulo, Marta Suplicy fez críticas a ele na campanha de 2020, quando apoiou Bruno Covas (PSDB).
Ao comentar um debate no segundo turno entre os dois candidatos, a ex-prefeita afirmou que Boulos estava “tenso, pesado, com conteúdo fraco”. “Não vai agradar os que querem ter esperança”.
Por outro lado, Covas, segundo ela, “é outra coisa: conteúdo, verdade, tranquilidade de quem sabe e conhece o que faz”.
Em outro debate, ela criticou uma declaração do psolista comparando as respostas de Brasil e China sobre a Covid-19.
“Resposta absurda de Boulos. Não dá para comparar SP/Brasil com um regime autoritário como a China, onde com uma cantada, você fecha a cidade. E ai de quem desobedecer”, disse.
Na mesma campanha, seu marido, o empresário Marcio Toledo, também foi para cima do candidato adversário, em um grupo de WhatsApp. Ao comentar o fato de Boulos ter contraído a Covid na reta final da campanha, acusou-o de ter inventado a doença, como revelou na época o jornal O Estado de S. Paulo.
“Boulos arrumou Covid para fugir de debate… Seria trucidado e desmascarado… Eita Boulos picareta”, escreveu.
Caso se alie mesmo com o antigo adversário, Marta estará contradizendo uma declaração que ela própria fez à Folha de S.Paulo em janeiro deste ano.
Perguntada sobre o apoio a Nunes, disse: “Ele está indo muito bem. Não vejo por que eu vá apoiar outra pessoa”.
A ex-prefeita é atualmente secretária de Relações Internacionais da prefeitura de São Paulo, mas sofre assédio do PT e do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para mudar de lado e embarcar na campanha de Boulos.
FÁBIO ZANINI / Folhapress