Criança de 9 anos perde os pais em acidente em MG

SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) – Erinaldo Vieira do Amaral, conhecido como Lala, e Anailda Marinho dos Santos, viajavam com sua filha Laura Amaral Marinho no ônibus da Emtram que sofreu um acidente em Teófilo Otoni (MG) deixando 41 mortos na madrugada de sábado (21). O casal não sobreviveu. A menina se recupera no hospital.

A família soube que aconteceu algo por um funcionário de uma UPA por volta de 13h -quase 10 horas depois do acidente. Luciana Amaral, irmã de Erinaldo, conta que o celular da cunhada foi deixado na unidade de atendimento de saúde. Quem o recebeu, colocou para carregar atendeu a ligação da família que estava em busca de notícias.

“Temos um grupo onde trocamos informações sobre as nossas viagens. Quem fica, vai acompanhando. Quando passou mais de 20 horas, e não tínhamos informações de meu irmão, começamos a nos perguntar se algo tinha acontecido. Ligamos para a nossa cunhada e uma funcionária de uma UPA atendeu. Foi assim que recebemos informações”, diz.

Devido ao susto, eles não se lembram de muitos detalhes desse telefonema. Primeiro queriam entender quem era a pessoa com o celular e quando ouviram UPA, a preocupação era saber porque alguém de sua família estava precisando de atendimento. A informação oficial da gravidade do acidente veio muito mais tarde.

“A UPA recebeu quem se feriu levemente. Um rapaz que estava no banheiro na hora do acidente, conseguiu fugir pela parte de trás do ônibus, achou o celular e deixou lá”, conta um familiar.

Como a sobrinha sobreviveu a identificação foi mais rápida. “Logo conseguimos identificar minha sobrinha, que estava em um hospital. Aí tudo aconteceu muito rápido. Quando soubemos da Laura, fomos atrás de informações de meu irmão e minha cunhada”, diz Luciana.

Laura lembra de tudo. A menina, que tem nove anos, estava acordada na hora do acidente. E como está lúcida e bem no hospital, apenas com algumas queimaduras, ela sabe dizer o que aconteceu. Laura afirma que uma criança a ajudou a sair do ônibus, que já estava pegando fogo. No hospital, ela está acompanhada por um tio de seu pai.

Informações foram difíceis no começo. Segundo a família do Erinaldo, a Emtram está prestando, sim, atendimento às vítimas. No começo, nem todos os funcionários estavam instruídos da maneira correta, mas atualmente falam direto com a advogada da empresa. Os problemas são os trotes.

“Tem muita gente ligando para eles e passando trotes. É uma falta de respeito absurda. Está atrapalhando o processo”, diz Luciana.

Material genético de Laura foi coletado para a identificação de seus pais. Sugeriu-se que ela fosse deslocada para Belo Horizonte, mas a família preferiu que ela não passasse por mais um trauma no momento e a coleta foi feita no hospital onde a menina está internada.

Ainda não há uma data clara de quando os corpos serão identificados e liberados para as famílias. Eles acreditam que amanhã terão um cenário mais claro do que estão enfrentando. A Emtram disse que pagará todas as despesas para que uma irmã e a mãe de Erinaldo viajem para identificar o corpo.

A família viajava para passar o Natal com parentes. Eles iam para Jiboia, perto de Vitória da Conquista.

RAFAELA POLO / Folhapress

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