Crianças que se solidarizam com vítimas da enchente no RS também podem ajudar

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Quando você estiver em casa, faça um exercício: abra a janela ou vá até o portão e olhe para a rua em que você mora. As árvores, os postes e fios de eletricidade, os carros estacionados nas vagas. Observe atentamente onde estão seus vizinhos. São sobrados, prédios, casas térreas com quintais, portarias, telhados. As pessoas vão e vêm, e este é seu pequeno mundo que você vê e ama todos os dias.

Agora feche os olhos. Pense como seria se tudo isso desaparecesse de uma hora para a outra e fosse substituído por areia, lama, sujeira e água, muita água, um volume tão grande de água que em alguns lugares chega até onde ficavam os telhados das casas.

Um número imenso de pessoas no Rio Grande do Sul, um dos estados da região Sul do Brasil, está passando por essa situação na vida real, de olhos abertos. Um pesadelo acordado. Muitas delas perderam os lugares em que moravam, as escolas em que estudavam, os adultos, seus locais de trabalho. O comércio sumiu. Bairros inteiros agora estão debaixo d’água.

O problema que atinge quase 400 municípios e mais de um milhão de habitantes, e que desalojou 150 mil pessoas, teve início porque o nível do Rio Guaíba subiu e teve uma cheia histórica. O rio corta a capital do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, e suas águas já passaram dos 5 metros de altura.

As pessoas que perderam suas casas e não têm casas de parentes ou amigos para ir estão morando temporariamente em abrigos. O aeroporto da capital está fechado, e quem tenta ir embora do estado usando carros vem tendo dificuldade em conseguir combustível.

Agora, alguns políticos e adultos voluntários de várias profissões tentam cuidar das vítimas da tragédia. Nesta terça (7), foi noticiado, por exemplo, que a Marinha brasileira vai enviar o maior navio de guerra da América Latina para auxiliar a população. Ele vai sair da Base Naval do Rio de Janeiro na quarta (8) e deve chega lá no sábado (11).

Serão colocadas dentro do navio oito embarcações de médio e pequeno porte, oito lanchas, suprimentos de saúde e estações portáteis que servem para o tratamento de água, já que no momento os habitantes não conseguem encontrar água potável à venda nos supermercados.

A solidariedade, no entanto, não precisa ficar restrita aos adultos. Se a situação no Rio Grande do Sul afeta você de alguma forma e você sente vontade de ajudar, dá para separar por exemplo roupas suas em bom estado e cobertores, que podem ser úteis às famílias afetadas.

Também pode ser interessante acompanhar seus responsáveis ao mercado e à farmácia para comprar água, alimentos e medicamentos. Como milhares de animais também perderam suas casas e famílias, os voluntários vêm pedindo a quem puder doar ração de gatos e cachorros.

As doações podem ser entregues nas agências dos Correios e nem precisam de embalagem adequada -basta levar até lá que os funcionários se encarregam de transportar e fazer chegar a quem está precisando.

Além disso, alguns colégios particulares de São Paulo, como o São Domingos e o Sagrado Coração de Jesus, na zona Oeste, e os Maristas Glória e Arquidiocesano, na zona Sul, montaram pontos de arrecadação para coletar doações.

MARCELLA FRANCO / Folhapress

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