SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Diante da “emergência energética” que Cuba enfrenta, o regime decidiu suspender todas as atividades de trabalho estatais que não sejam consideradas essenciais, anunciou o primeiro-ministro Manuel Marrero na quinta-feira (17) em cadeia nacional de rádio e televisão. Ele não especificou o prazo da medida.
Os apagões excedem 12 horas por dia para milhões de pessoas em toda a ilha. Ao longo desta semana, províncias inteiras ficaram sem luz por horas, e muitas cidades mais afastadas da capital, Havana, tiveram acesso restrito à eletricidade, por menos de seis horas ao dia.
Os cubanos enfrentam há três meses uma rotina de blecautes, que se prolongam e se tornam cada vez mais frequentes, com um déficit em muitos dias de 30% na cobertura nacional.
No município da Plaza de la Revolución, vizinho a Havana, as autoridades suspenderam na quinta-feira “todos os serviços que não são vitais e que geram custos de energia”, com exceção de hospitais e centros de produção de alimentos.
As aulas também foram canceladas até a próxima segunda-feira, e locais de entretenimento permanecerão fechados.
Autoridades da empresa elétrica da província de Camagüey, no centro do país, anunciaram medidas severas desde quarta-feira (16). “A Empresa Elétrica de Camagüey trabalha para garantir o serviço por cerca de três horas aproximadamente”, indicou em uma postagem na rede social X a companhia local.
A eletricidade em Cuba é gerada por oito centrais termelétricas obsoletas, que em alguns casos apresentam avarias ou estão em manutenção, por sete centrais flutuantes que o governo aluga de empresas turcas e por grupos de geradores. A infraestrutura requer principalmente combustível para funcionar, e há escassez.
As duas maiores usinas de energia da ilha, Antonio Guiteras e Felton, estão produzindo abaixo da capacidade, de acordo com o regime, e em breve serão retiradas de operação para manutenção, como parte de um plano de quatro anos para revitalizar a infraestrutura de Cuba.
As empresas privadas no país em breve pagarão tarifas mais altas pela energia que consomem, disse Marrero.
De acordo com a imprensa independente local, dezenas de pessoas protestaram no início da semana nas províncias de Sancti Spiritus (centro) e Holguín (nordeste) por causa dos longos apagões.
Redação / Folhapress