SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – No dia seguinte ao seu primeiro debate na Band, o pré-candidato à Prefeitura de São Paulo José Luiz Datena (PSDB) enviou nesta sexta-feira (9) uma mensagem por um grupo de WhatsApp com pedido de desculpas à executiva do partido pelo seu desempenho no evento.
Em uma autocrítica, o comunicador avaliou que foi “muito abaixo da expectativa”.
Entre os pontos críticos, ele enumerou a dificuldade em lidar com o limite de tempo para perguntas e respostas e ter esquecido de pontuar metas que não foram cumpridas pelo prefeito Ricardo Nunes (MDB) -como, por exemplo, a implementação de corredores de ônibus.
“Mandei a mensagem [no grupo] por não estar à altura do debate, se bem que a régua não era alta ali. Achei as críticas compatíveis com o que rendi”, afirmou o tucano.
“Se vou ser um grande debatedor, talvez não seja. Me atrapalhei com as regras e tempo de relógio, isso é fato”, prosseguiu.
Datena disse que se atrapalhou no momento em que fazia uma pergunta para Guilherme Boulos (PSOL), e Nunes pediu, em voz alta, direito de resposta.
“Não deveria ter caído na provocação daquele prefeito. Ele me atrapalhou no momento em que eu fazia a pergunta, e o cronômetro não parou. Quando começa mal, vai mal o tempo todo”, afirmou Datena.
Apesar da má performance, o tucano se diz animado para dar início a campanha eleitoral. Uma tática para os próximos programas, segundo ele, será “levar uma colinha”.
Datena, inclusive, naturalizou os memes e os apontamentos com a sua suposta gagueira. “Sempre gaguejei. Os comediantes que me imitam gaguejam ‘as ibagens’. Sou gago, mas me seguro todos esses anos [na televisão, no rádio]”, disse.
Este foi o primeiro debate de Datena, que antes havia anunciado sua entrada na política, mas desistiu em pelo menos quatro ocasiões.
No debate da Band, emissora onde trabalha há quase 30 anos e está licenciado, Datena chegou ao estúdio descontraído. Abraçou colegas de emissora e disse que nunca assistiu a um debate. No máximo, ele falou que leu o livro de Fernando Mitre, “Debate na Veia” (Letra Selvagem, 2021).
CARLOS PETROCILO / Folhapress