SAINT-DENIS, FRANÇA (FOLHAPRESS) – Campeão por cinco milésimos em uma grande final olímpica no Stade de France, na noite de domingo (4), Noah Lyles foi de último a primeiro em cinco segundos. O norte-americano teve grande recuperação para ultrapassar todos os concorrentes da final dos 100 m rasos nos Jogos de Paris.
Ele não teve uma boa saída em Saint-Denis e apareceu em oitavo lugar nas marcas dos 10 m, 20 m, 30 m e 40 m. Aos 50 m, subiu para sétimo. Aos 60 m, já estava em terceiro, posição que manteve até os 80 m. Aos 90 m, assumiu a segunda colocação. E foi só no último instante que se viu em primeiro.
Ou quase isso.
Terminada a final em Saint-Denis, o placar só apontava o jamaicano Oblique Seville na oitava colocação. Os demais sete atletas tinham seus nomes acompanhados da palavra “photo”, o que indicava que o recurso “photo finish”, com imagens congeladas, seria utilizado para indicar suas colocações na prova mais veloz do atletismo.
Lyles chegou a dizer ao jamaicano Kishane Thompson: “Acho que você levou”. Então, o placar finalmente exibiu o resultado, com Noah à frente, embora ambos tenham registrado 9s79. Na revisão apontada no sistema oficial dos Jogos, foi usada mais uma casa decimal, com 9s784 contra 9s789, uma diferença de cinco milésimos.
O novo campeão olímpico disse não ter percebido que havia tido um tempo de reação tão ruim. “Já corri os 60 metros de maneira mais rápida, foi o pior tempo de reação. Estava achando que tinha sido um pouco melhor, mas, enfim, isso prova que o tempo de reação não ganha corridas”, disse o norte-americano.
Kishane Thompson liderou boa parte da prova. Quarto nos 10 m e terceiro nos 20 m, já apareceu em primeiro na passagem dos 30 m, posição que manteve até os 90 m. Aí, acabou ultrapassado pelo medalhista de ouro. “Francamente, quando eu olhei para cima, não sabia quem tinha ganhado”, afirmou o jamaicano.
Na excepcional prova no Stade de France, a diferença do primeiro para o último colocado foi de apenas 0s12. Entre o primeiro e o segundo, o placar apontava exatamente o mesmo número, mas nem por isso o medalhista de prata sugeriu que o ouro deveria ter sido dividido. “Não, o esporte é assim.”
MARCOS GUEDES, ANDRÉ FONTENELLE E JOSÉ HENRIQUE MARIANTE / Folhapress