SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) – A defesa de Nego Di se pronunciou após a divulgação de um áudio em que o influenciador sugere fazer “estornos estratégicos” para conter as reclamações sobre sua loja virtual. Defesa diz que intenção era “amenizar a situação”.
O áudio foi enviado antes da prisão do influenciador e integra a investigação sobre a suposta venda de produtos pela loja virtual, pela qual Nego Di foi indiciado. “Preciso fazer uns estornos estratégicos, tá? Porque acho que não é novidade pra ninguém que eu não vou conseguir ressarcir todas as pessoas, né?”, diz ele, no áudio. Não se sabe para quem o áudio foi enviado.
“Preciso fazer uns estornos estratégicos, assim, a fim de acabar com manifestação e incômodos. Então, queria ver se tu tinha mais ou menos uma relação de umas 10 [pessoas] mais, que tu acha, vai, ‘esses aqui pagando vai dar uma boa amenizada’, entendeu?”, disse Nego Di.
Em nota, a defesa do humorista afirma que a intenção era amenizar a situação. Veja a nota, na íntegra, abaixo:
Em relação ao áudio de Dilson Alves da Silva Neto, o Nego Di, a defesa esclarece que seu cliente iniciou o ressarcimento de pessoas que compraram na loja em que ele prestou serviço de divulgação. A intenção foi, sim, amenizar a situação, após uma série de perseguições, sendo que havia facilidade de localização, por se tratar de uma pessoa pública.
Com o aparecimento em massa de pessoas que não realizaram qualquer compra no site em questão, Dilson concentrou esforços na identificação dos clientes reais. Após tomar conhecimento dos valores necessários para atender os compradores, o cliente vendeu um veículo para dar início os pagamentos.
Fatos como o desconhecimento dos clientes e dos produtos vendidos, bem como toda a narrativa do processo, evidenciam a condição de Nego Di como vítima de um golpe, que resultou em danos irreversíveis para a sua imagem no Brasil. Mesmo nessa posição, o influenciador digital, com boa fé, tentou solucionar o problema enquanto esteve em liberdade.
A defesa lamenta, ainda, o constante vazamento de fragmentos do processo, que divulgados isoladamente, potencializam o pré-julgamento de seu cliente.
ENTENDA
Nego Di está preso desde o dia 14 de julho e, seu sócio, Anderson Boneti, também foi preso. Boneti foi preso pela Polícia Civil no dia 22, na cidade de Bombinhas (SC).
O empresário e influenciador são acusados de terem aplicado golpe em mais de 300 pessoas, causando prejuízo de R$ 5 milhões aos consumidores da loja virtual Tadezueira. Segundo a polícia, os mandados de prisões preventivas foram expedidos diante da possibilidade de fuga. Dentre os crimes, estão: estelionato, lavagem de dinheiro, fraude tributária e rifa eletrônica.
“No esquema criminoso, Boneti tinha a expertise digital e era responsável pelo funcionamento do site, enquanto Nego Di utilizava a sua imagem de figura pública. Agora entraremos numa segunda fase da investigação, com verificação de valores que entraram na conta e se há crimes de lavagem de dinheiro”, disse o delegado Fernando Sodré, chefe da Polícia Civil gaúcha.
O golpe consistia na venda de produtos por meio de uma loja virtual, de acordo com a Polícia Civil do RS. A investigação apontou que os produtos nunca foram entregues.
Os valores somam R$ 5 milhões. “Várias pessoas humildes foram vítimas dessa farsa. São pessoas humildes, que utilizam do seu trabalho, dinheiro, para fazerem a compra desse produto e acabam não recebendo”, declarou o delegado titular da 1ª DP de Canoas Marco Guns, da Polícia Civil do Rio Grande do Sul, em coletiva.
Redação / Folhapress