Defesa dispara alarme de ‘míssil’ em Taiwan, mas era lançamento de satélite

TAIPÉ, TAIWAN (FOLHAPRESS) – Todos os celulares de Taiwan dispararam um alarme em alto volume, por volta das 15h30 (4h30, no horário de Brasília) desta terça (9), com uma mensagem por escrito em inglês: “Alerta de ataque aéreo – Míssil sobrevoa espaço aéreo de Taiwan, fique atento”.

Jornalistas estrangeiros estavam em uma entrevista coletiva com o chanceler Joseph Wu. Ele leu o aviso e disse que o trecho em chinês, também na mensagem, na verdade dizia ser “um satélite levado por um foguete” que voou sobre o sul da ilha.

A própria presidente Tsai Ing-wen, que havia sido interrompida pelos alarmes durante um discurso, também leu o alerta, disse ser “um satélite, não um míssil” e, sorrindo, falou para o público não se preocupar.

Posteriormente, o Ministério da Defesa se desculpou, dizendo que “a redação do sistema original não foi atualizada simultaneamente para expressar que o objeto lançado era um satélite e não um míssil”.

Segundo o chanceler, o lançamento de satélites pela China, sobrevoando a ilha, é comum. “Devo dizer que os chineses lançam os seus satélites de vez em quando, às vezes o fazem duas vezes por semana, às vezes o fazem uma vez por mês, portanto, tem sido algo bastante regular”, afirmou Wu.

“Mas neste momento muito delicado, da eleição, eu descreveria isso como parte de suas atividades na zona cinzenta, como enviar um grande navio para muito perto de Taiwan”, acrescentou. “Nós classificamos isso de zona cinzenta, [Pequim] lembrando às pessoas aqui em Taiwan que existe perigo de guerra.”

A entrevista coletiva foi convocada pelo ministério para falar precisamente das tentativas, segundo Wu, de interferência “cognitiva” na eleição.

Os alertas são comuns para os usuários de celular em Taiwan, com avisos sobre terremoto ou tufão. Mas foi o primeiro apontando “míssil” no celular da Folha, em dez meses.

Segundo relatos, não houve reação popular à mensagem, por exemplo, quando o alarme disparou nos celulares em transporte coletivo, possivelmente porque as pessoas deram atenção ao texto em chinês.

NELSON DE SÁ / Folhapress

COMPARTILHAR:

Participe do grupo e receba as principais notícias de Campinas e região na palma da sua mão.

Ao entrar você está ciente e de acordo com os termos de uso e privacidade do WhatsApp.

NOTÍCIAS RELACIONADAS