RÁDIO AO VIVO
Botão TV AO VIVO TV AO VIVO
Botão TV AO VIVO TV AO VIVO Ícone TV
RÁDIO AO VIVO Ícone Rádio

Depois de Moscou, Lula busca resultados mais concretos em Pequim

PEQUIM, CHINA (FOLHAPRESS) – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva pousou em Pequim por volta de 23h38 deste sábado (10), horário local, 12h38 no Brasil, vindo de visita controversa à Rússia, pelo respaldo dado num momento crítico da Guerra da Ucrânia. Traz com ele uma delegação numerosa, em busca de resultados mais palpáveis na China.

Entre outros ministros, o chefe da Casa Civil, Rui Costa, que já havia passado a semana anterior no país, viajou ao Brasil e volta agora. No entanto, segundo o Ministério das Relações Exteriores, de 48 acordos em discussão, apenas 16 teriam sido fechados até agora por Costa.

O Itamaraty, que não faz parte da força-tarefa da Casa Civil sobre a questão, avisou que parte dos acordos deve ficar para a cúpula do grupo Brics em julho, no Brasil, quando Lula e o líder chinês, Xi Jinping, devem se reencontrar.

Enquanto ministros, outras autoridades e empresários buscam ações econômicas, a visita de Estado se volta paralelamente para a articulação estratégica entre os dois países.

“A visita de Lula oferece muito espaço para a imaginação, porque há muitos desafios e incertezas globais, especialmente o unilateralismo do governo Trump, que teve um enorme impacto na ordem global”, avalia Zhou Zhiwei, do Instituto de Estudos Latino-americanos da Academia Chinesa de Ciências Sociais, em Pequim.

Ele sublinha a interação ativa dos dois países nos últimos dois anos, desde a visita anterior de Lula, logo após tomar posse. Entre os resultados que espera, no âmbito estratégico, está um novo consenso para “salvaguardar a paz mundial”, o ambiente comercial internacional e o multilateralismo.

Na mesma direção, o assessor especial da Presidência, Celso Amorim, que acompanha Lula na viagem, critica a adoção pelos Estados Unidos de um “sistema ruim, em que não há negociação multilateral, mas uma série de negociações bilaterais”.

Diz que “eles mesmos criaram o sistema multilateral” e que, se este for abandonado, as consequências serão graves. “É curioso que hoje em dia Brasil e China tenham que defender o sistema multilateral”, comenta.

Amorim anota que o grupo Amigos da Paz, criado por China e Brasil para reunir países em defesa de alternativas para a Guerra da Ucrânia e outros conflitos, terá que voltar a buscar saídas, no âmbito das Nações Unidas.

Tanto Lula como Xi Jinping, na visita de ambos a Moscou, citaram o grupo como plataforma para, no dizer do líder chinês, “trabalhar na direção de uma solução política para a crise” na Ucrânia. O próprio presidente Donald Trump falou nesta quarta (7) que pediria ajuda à China para mediar o conflito.

A visita de Estado de Lula, inclusive encontros com Xi e o primeiro-ministro Li Qiang, está marcada para terça (13), mesmo dia em que, pela manhã, acontece o Fórum China-Celac (Comunidade de Estados Latino-americanos e do Caribe).

Além de Lula, estarão no evento os presidentes sul-americanos Gustavo Petro (Colômbia) e Gabriel Boric (Chile). O primeiro declarou nesta semana que, na viagem a Pequim, assinará uma “carta de intenção” para a entrada do país na Iniciativa Cinturão e Rota -o programa chinês de infraestrutura no exterior que Lula rejeitou em novembro último, na viagem de Xi a Brasília.

O presidente argentino, Javier Milei, chegou a anunciar no ano passado que viajaria à China para a Celac, mas não voltou ao assunto e a expectativa é que o país não participe sequer com seu embaixador.

Lula não pretendia vir, mas cedeu ao convite insistente de Pequim e agora tenta garantir resultados. Nesta segunda (12), participa de um novo seminário empresarial China-Brasil, com representantes de companhias brasileiras e chinesas.

Também participam quatro ministros, Simone Tebet (Planejamento), Carlos Fávaro (Agricultura), Alexandre Silveira (Minas e Energia) e Silvio Costa Filho (Portos e Aeroportos), e os presidentes do Banco Central, Gabriel Galípolo, e do Banco do Brasil, Tarciana Medeiros.

NELSON DE SÁ / Folhapress

COMPARTILHAR:

Participe do grupo e receba as principais notícias de Campinas e região na palma da sua mão.

Ao entrar você está ciente e de acordo com os termos de uso e privacidade do WhatsApp.

NOTÍCIAS RELACIONADAS