Depois de renúncia de Gaetz, Trump escolhe advogada Pam Bondi para Justiça

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou nesta quinta-feira (21) a escolha da advogada Pam Bondi para o cargo de chefe do Departamento da Justiça. Bondi, que foi procuradora-geral do estado da Flórida, ajudou a preparar a defesa de Trump quando houve uma tentativa de impeachment contra ele em 2019 -à época o líder republicano estava no primeiro mandato à frente da Casa Branca.

A escolha de Bondi foi anunciada no mesmo dia em que a primeira opção de Trump para o cargo de procurador-geral, o ex-deputado Matt Gaetz, foi torpedeada por pressões internas devido a acusações de má conduta sexual envolvendo menores de idade.

Segundo a imprensa americana, Gaetz anunciou sua renúncia à indicação depois de avaliar que não conseguiria os votos necessários para ser aprovado pelo Senado, uma exigência nos EUA para a maior parte dos cargos do primeiro escalão. Como procurador-geral, Gaetz chefiaria o órgão que conduz investigações contra ele próprio.

O ex-deputado disse em nota que “não há tempo a perder em uma disputa desnecessariamente prolongada em Washington”. “Portanto, retirarei meu nome para servir como procurador-geral. O Departamento de Justiça de Trump deve estar em funcionamento e pronto no primeiro dia”, escreveu.

Ao anunciar o nome de Bondi, Trump afirmou que a advogada “foi procuradora por quase 20 anos, quando foi muito dura contra criminosos violentos e tornou as ruas da Flórida segura para famílias. Como procuradora-geral [do estado], trabalhou para parar o tráfico de drogas e diminuir overdoses”.

“Há muito tempo o Departamento da Justiça é aparelhado contra mim, mas isso acaba aqui. Pam vai redirecionar [a pasta] de volta ao seu propósito de enfrentar o crime e tornar a América segura novamente. Conheço a Pam há muitos anos, ela é inteligente e durona, uma lutadora que coloca a América em primeiro lugar e que será uma ótima procuradora-geral”, concluiu Trump.

Além da proximidade com o presidente eleito, Bondi comanda a ala jurídica do think tank America First Policy Institute, que tem trabalhado com a equipe de Trump para apresentar propostas de governo. Nesse cargo, ela coordenou uma série de processos com o intuito de judicializar os resultados das eleições presidenciais em estados-pêndulo caso o ex-presidente fosse derrotado.

Se for aprovada pelo Senado, Bondi será apenas a quarta mulher a chefiar o Departamento de Justiça dos EUA, órgão que desempenha funções semelhantes às do Ministério Público Federal e do Ministério da Justiça no Brasil —o departamento, por exemplo, é responsável pelo FBI, a polícia federal americana, mas ao mesmo tempo atua como acusação em casos que envolvem crimes federais.

Redação / Folhapress

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