RÁDIO AO VIVO
Botão TV AO VIVO TV AO VIVO
Botão TV AO VIVO TV AO VIVO Ícone TV
RÁDIO AO VIVO Ícone Rádio

Deputado aciona PGR contra cota para trans na UFSCar

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O deputado estadual Guto Zacarias (União-SP) protocolou na PGR (Procuradoria Geral da República), na segunda (28), uma ação direta de inconstitucionalidade contra a decisão da UFSCar (Universidade Federal de São Carlos) que instituiu reserva de vagas para pessoas autodeclaradas trans, travestis e não binárias em seus processos seletivos de graduação.

No documento encaminhado ao procurador-geral, Paulo Gonet, o parlamentar afirma que, “apesar da relevância do debate sobre inclusão, a medida adotada pela universidade viola diretamente os princípios constitucionais da legalidade, da isonomia e da separação dos Poderes”.

“A UFScar legislou por ato administrativo, sem qualquer respaldo legal, criando direitos e obrigações que deveriam ser debatidos e aprovados pelo Congresso Nacional”, argumenta Zacarias.

Segundo o deputado, a Constituição exige que políticas de cotas e ações afirmativas em universidades públicas sejam instituídas por meio de lei formal. Ao adotar a medida por deliberação interna, a instituição federal teria, na avaliação de Zacarias, usurpado competência do Legislativo, o que tornaria a norma administrativa passível de ser declarada inconstitucional.

A representação solicita que a Procuradoria-Geral da República, no uso de suas atribuições, proponha ação junto ao STF (Supremo Tribunal Federal) para que a política afirmativa da UFSCar seja invalidada.

A reserva de vagas foi aprovada pela universidade na última sexta-feira (25). Será criada uma vaga em cada curso de graduação para a população alvo.

A instituição é a quarta no estado a aderir a essa política, somando-se a Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) e UFABC (Universidade Federal do ABC).

Aprovada por aclamação no conselho universitário, a nova ação afirmativa foi construída por um grupo de trabalho composto pela Secretaria de Ações Afirmativas, a Pró-Reitoria de Graduação, servidores técnico-administrativos, docentes, estudantes e integrantes do coletivo de pessoas trans da universidade.

“Aprovamos uma política que trará mudanças importantes para uma população que é sistematicamente marginalizada. Sabemos que a luta por respeito e reconhecimento da comunidade LGBTQIA+ é diária e constante, especialmente no país que mais mata pessoas trans no mundo”, diz a reitora, Ana Beatriz de Oliveira, reitora da universidade. “Fortalecer essa luta faz parte de nosso compromisso social como universidade pública, gratuita, de qualidade e para todas as pessoas.”

Após aprovação de medida semelhante pela Unicamp, em 1º de abril, políticos lançaram ofensiva em quatro frentes para barrar a oferta das cotas. Como a Folha mostrou, Justiça e Ministério Público foram procurados contra a norma. Um projeto de lei e uma proposta de decreto legislativo estão protocolados na Alesp (Assembleia Legislativa de São Paulo) também visando derrubá-la.

BRUNO LUCCA / Folhapress

COMPARTILHAR:

Mais do Colunista

NOTÍCIAS RELACIONADAS

Participe do grupo e receba as principais notícias de Campinas e região na palma da sua mão.

Ao entrar você está ciente e de acordo com os termos de uso e privacidade do WhatsApp.