Derrota amplia crise no Flamengo e cresce turbulência para jogo de volta

RIO DE JANEIRO, RJ (UOL/FOLHAPRESS) – O Flamengo repete o roteiro e a derrota para o São Paulo, neste domingo (17), amplia a crise com o jogo de volta da final da Copa do Brasil batendo à porta.

Sampaoli fez mudanças no time e apostou em uma formação com três atacantes. No entanto, o desempenho novamente não foi o esperado e o Flamengo pouco criou na partida.

Marcos Braz, vice-presidente de futebol, voltou a dar apoio a Sampaoli e bancou a permanência do treinador até a partida de volta.

Resultado negativo só coloca mais “lenha na fogueira”. O clima nos bastidores do clube já era tenso após a reunião que debateu mudanças internas na política rubro-negra.

VAIAS E MAIS VAIAS

O domingo de final no Maracanã se tornou um grande palco para as insatisfações da torcida do Flamengo. Foram diversos os momentos em que se puderam ouvir vaias e xingamentos.

Os protestos tiveram como principais alvos o presidente Rodolfo Landim e o vice-presidente de Futebol Marcos Braz. Até mesmo o anúncio da renda —de R$ 26.343.300,00, recorde no futebol brasileiro— foi vaiado.

As mexidas de Sampaoli, como a entrada de Cebolinha, foi outro estopim para o “uuuuh” das arquibancadas.

MARCOS BRAZ REAPARECE

O vice-presidente de futebol do Flamengo deu às caras após a derrota, mas manteve o discurso de aparições mais recentes. Ele afirmou não ser justo colocar os resultados negativos na “conta de A, B ou C” e demonstrou confiança em uma virada no Morumbi.

“Acho que o quadro a se avaliar é um pouco maior. Colocar na conta de A, B ou C não é justo, não procede, e domingo a gente vai para o Morumbi com a história do Flamengo, com a grandeza do Flamengo, para tentar reverter esse quadro”, disse.

AS DIFICULDADES DE SAMPAOLI

Sampaoli, que chegou à Gávea em abril, admitiu ainda encontrar obstáculos para implementar seu DNA à equipe do Flamengo.

O treinador chegou para ocupar a vaga deixada por Vítor Pereira, demitido após cair na semifinal do Mundial, e os vices na Supercopa do Brasil, na Recopa Sul-Americana e no Carioca. O momento em que desembarcou no rubro-negro pesa na avaliação do argentino.

“Até agora não aconteceu. Sigo trabalhando duro para que isso aconteça. Mas compartilho com você ou com torcedor que analisa que o que quero como time não aconteceu. Também porque existe uma luta cultural de um time que esteve jogando muito tempo de uma forma, e uma troca de forma também necessita de tempo. O tempo ainda não chegou e o time conseguiu jogar de maneira muito alternada. Seguiremos tentando”, disse.

EVERTON RIBEIRO PORTA-VOZ

Atualmente reserva no time de Sampaoli, Everton Ribeiro foi o único a dar entrevista na zona mista após a derrota. Alguns nomes do elenco, como Gabigol, se pronunciaram nas redes sociais.

POLÍTICA FERVE

A derrota para o São Paulo encerrou uma semana em que o Flamengo acumulou resultados negativos em campo —também foi derrotado pelo Athletico-PR, no Brasileiro— e ferveu na política.

Na última quinta-feira, uma reunião do Conselho Deliberativo foi suspensa após uma grande confusão. O encontro, que debateu emendas ao estatuto, tinha pontos polêmicos.

Um mandato de quatro anos foi debatido. Apesar de, inicialmente, valer a partir de 2025, havia o temor de alguns grupos políticos por manobras para que os efeitos fossem ainda na gestão Landim. A proposta foi rejeitada.

A emenda que causou o caos na reunião foi a que proibiria pessoas com cargos eletivos fora do clube a concorrer para presidente e vice gerais. Nos bastidores, ela ficou conhecida como “emenda Bandeira”, pois atingiria diretamente o ex-presidente do Flamengo, hoje deputado federal. Após discussão sobre o resultado, a sessão foi suspensa.

Redação / Folhapress

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