SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Os mais ligados em “Terra e Paixão” (Globo) não imaginam, mas o cantor do bar administrado por Berenice (Thati Lopes) está mais dentro do agronegócio que os protagonistas da trama. Ignácio Luz, que vive Nando, é ligado à terra e aos cavalos antes mesmo de começar sua carreira artística. Natural de Porto Alegre (RS), ele é criador de pôneis desde os 15 anos de idade.
Empreendedor, começou a ganhar dinheiro com os bichos ainda na infância, aos 8, quando criava peixes beta no quarto. “Meu quarto era cheio de prateleiras, com muitos peixes, que eu reproduzia e vendia para amigos”, conta, em entrevista à Folha.
A prova de que leva jeito para o negócio veio alguns anos depois, quando passou a investir em pôneis. Hoje, aos 28, Luz é dono de um dos criadouros mais conhecidos do Brasil. Além disso, criou sua própria marca de jaquetas para o campo. “Esse lado empresarial é muito forte para mim e acho que a parte artística ajuda nessa questão, de saber se expressar, vender”, analisa.
“Terra e Paixão” é sua primeira novela, para a qual ele foi aprovado após fazer um teste de voz. Foi aprovado para o papel, mas quando Nando, seu personagem, começa a cantar no bar, é aí que a porca torce o rabo. Os dotes artísticos de Luz estão longe de ser uma unanimidade.
Em repertório que vai do sertanejo moderno, como Luan Santana, ao raiz (Chitãozinho e Xororó), suas performances têm rendido críticas no Twitter. “Desafinado”, dizem, sem dó, os internautas, ainda que alguns o defendam.
Luz é “good vibes”, diz que canta desde pequeno e leva as críticas numa boa. Vê mais elogios do que críticas ao seu desempenho, “mas parece que as pessoas se apegam mais à coisa negativa”, reclama. “Eu realmente me agarro nas coisas boas e se não tivesse potencial e um vocal legal, não estaria na novela”, diz, convicto.
JÚLIO BOLL / Folhapress