SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Segundo a Abramede (Associação Brasileira de Medicina de Emergência), a desinfecção de água é uma das medidade prioritárias a serem tomadas para lidar com os riscos à saúde decorrentes das enchentes no Rio Grande do Sul, que afetaram cerca de 425 municípios no estado.
A instituição, que divulgou uma série de recomendações para informar e ajudar a minimizar os riscos em decorrência das intensas chuvas, a purificação da água destinada ao consumo é a melhor forma de evitar doenças infectocontagiosas.
“Após inundações, por exemplo, é possível a ocorrência ou o aumento do número de casos de algumas doenças, como leptospirose, hepatite A, tétano acidental, problemas respiratórios e transtornos transmitidos por vetores. Além disso, acidentes provocados por animais, afogamentos, traumatismos e choques elétricos também costumam ser verificados”, afirma Camila Lunardi, médica presidente da Abramede, em nota da associação.
Em locais onde o abastecimento está comprometido, a instituição frisa que só deve ser consumida água de fontes seguras, como garrafas e galões hermeticamente fechados.
A Abramede também aconselhou a realização da desinfecção doméstica da água. Para isso, a recomendação é adicionar duas gotas de solução de hipoclorito de sódio a 2,5% por litro de água e permitir que a mistura repouse por 30 minutos.
Para ajudar nessa demanda, 220 purificadores de água foram entregues em Canoas (RS) adquiridos por Felipe Neto através de uma vaquinha online e transportados pela FAB (Força Aérea Brasileira). Cada um tem capacidade para purificar 5.000 litros de água por dia, totalizando 1,1 milhão.
O processo de purificação inclui cloração, filtragem e ultrafiltração. O custo do purificador é de R$ 18.500,00, com kits de manutenção e filtro de linha, totalizando R$ 22.000,00. O objetivo é fornecer água potável para os abrigos na região afetada pelas enchentes.
Para mais orientações sobre limpeza e desinfecção de caixas dágua, embalagens, utensílios domésticos e pisos, a instituição sugere a leitura da “Cartilha com orientações à população quanto aos cuidados com a água para consumo humano”, elaborada pelo Ministério da Saúde.
Outra preocupação central da Abramede é assegurar a disponibilidade de infraestrutura para apoiar os esforços das equipes de resgate. Segundo a presidente da instituição, em virtude do aumento na demanda por atendimento nas unidades de saúde, é vital que as autoridades públicas forneçam suporte adequado para garantir o pleno funcionamento.
Ela enfatiza que existe uma constante ameaça de disseminação de doenças. Com os serviços de saúde devidamente equipados com a infraestrutura necessária, os profissionais de saúde podem atuar forma rápida e eficiente.
VEJA OUTRAS ORIENTAÇÕES DA ABRAMEDE
Em caso de chuva forte, saia de locais de risco o mais rápido possível. Não existe somente o risco imediato nas inundações, mas também do contágio por infecções, como leptospirose, tétano e outras;
Pessoas atingidas por enchentes estão mais suscetíveis a doenças. Por isso, fique atento a sintomas de infecções, como diarreia, febre, fadiga e dores no corpo. Caso identifique alguma alteração, procure atendimento médico;
Ao enfrentar uma inundação, se possível, proteja-se com botas plásticas, roupas resistentes e luvas. Não deixe em pedir ajuda aos órgãos públicos e não se coloque em situações de risco;
Em caso de resgate por barco, sinalize o lugar no qual você se encontra pendurando um pano vermelho ou lanterna para auxiliar a identificação por equipes de resgate;
Os atendimentos em emergência serão mais intensos nesta fase, procure os serviços com consciência;
Caso sua caderneta de vacinação esteja desatualizada, vacine-se o mais rápido possível. Essa orientação vale para crianças e adultos;
Em todo o tempo, observe as recomendações das autoridades sanitárias e da Defesa Civil, evitando o pânico ou iniciativas individuais.
Redação / Folhapress