Dia de Le Pen no poder está chegando, diz Lula

BOA VISTA, RR, E FEIRA DE SANTANA, BA (FOLHAPRESS) – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta segunda-feira (1º) que a hora de a líder da ultradireita nacionalsita na França, Marine Le Pen, ascender ao poder está se aproximando.

Lula fez uma rápida menção às eleições legislativas francesas, cujo primeiro turno ocorreu neste domingo (30) e citou a persistência de Le Pen em concorrer à Presidência. A citação foi feita ao comentar as eleições em Feira de Santana (BA), onde o deputado federal petista Zé Neto vai concorrer à prefeitura pela sexta vez depois de cinco derrotas.

“Eu acho que o dia do Zé Neto vai chegar […] Chegou para mim. A Le Pen, na França, depois de perder tanto, ela e o pai dela, está chegando para ela. A gente tem que teimar”, disse Lula.

A Reunião Nacional (RN), partido liderado por Le Pen, venceu o primeiro turno do pleito legislativo na França. A eleição para a Assembleia Nacional ainda terá um segundo turno, no próximo dia 7, e termina elegendo um deputado por cada um dos 577 distritos eleitorais no país.

Isso significa que a legenda de Le Pen precisa ainda ganhar em distritos onde disputará um segundo turno com forças de centro ou de esquerda que podem eventualmente se aliar para evitar sua vitória.

De todo modo, as projeções já indicam o partido como a maior bancada do próximo Parlamento. O pleito é antecipado, e foi convocado após o presidente Emmanuel Macron dissolver a Assembleia Nacional em seguida à derrota para a ultradireita em eleição para o Parlamento Europeu.

A filha Le Pen transformou a sigla que foi liderada por décadas por seu pai, Jean-Marie Le Pen, também citado por Lula.

O pai Le Pen se solidificou no cenário político francês principalmente desde a década de 1980 com discurso anti-imigração e com tintas racistas e antissemitas às vezes explícitas, como quando qualificou o Holocausto judeu na Alemanha nazista como um “mero detalhe”.

Jean-Marie fez também defesas do general Pétain, que liderou a França colaboracionista do regime nazista que ocupou o país durante a Segunda Guerra Mundial.

Sua postura, no entanto, manteve o partido na franja radical da direita francesa, ainda que com crescimento gradual que resultou inclusive na ida de Le Pen pai ao segundo turno das eleições presidenciais.

Marine, no entanto, iniciou um processo de moderação da imagem do partido. Mudou o nome da sigla, de Frente Nacional para Reunião Nacional, expulsou o próprio pai e declarou a “dediabolização” da sigla equilibrando seu discurso e se afastando de posições mais radicais como a oposição à União Europeia e a proximidade com Vladimir Putin.

Uma de suas estratégias foi passar a presidência da Reunião Nacional para Jordan Bardella, jovem de apenas 28 anos que desponta como possível próximo premiê da França, caso o partido consiga maioria absoluta ou em alianças que credenciem o grupo a indicar o chefe de governo —é o presidente Emmanuel Macron quem tem a palavra final, embora condicionada à maioria parlamentar.

Redação / Folhapress

COMPARTILHAR:

Participe do grupo e receba as principais notícias de Campinas e região na palma da sua mão.

Ao entrar você está ciente e de acordo com os termos de uso e privacidade do WhatsApp.

NOTICIAS RELACIONADAS