SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Hoje, 18 de outubro, é celebrado o Dia do Médico, uma data que tem sua origem ligada a São Lucas, uma figura importante no cristianismo. Segundo o Ministério da Saúde, São Lucas, além de ser um dos primeiros apóstolos, era médico, de acordo com o relato bíblico.
Ele foi autor de dois livros do Novo Testamento e, no século XV, declarado patrono dos médicos. De acordo com as tradições, Lucas teria nascido na cidade de Antioquia, onde também estudou medicina.
A profissão médica no Brasil tem crescido de maneira expressiva. Segundo o Conselho Federal de Medicina (CFM), o número de médicos no país quase dobrou entre 2010 e 2024, passando de 304.406 para 575.930 profissionais, um aumento de 89%.
Esse crescimento, de acordo com Estevam Rivello Alves, 2º secretário do CFM, em entrevista à Folha, é atribuído ao aumento de cursos de medicina, que atualmente formam cerca de 35 mil novos médicos por ano.
Contudo, Alves alerta que o aumento quantitativo não necessariamente reflete uma melhoria na qualidade da assistência, uma vez que muitas faculdades não cumprem os critérios mínimos estabelecidos pelo Ministério da Educação, principalmente pela ausência de hospitais escola.
Embora todas as regiões do Brasil tenham registrado crescimento no número de médicos, a distribuição dos profissionais ainda é desigual. Enquanto estados mais ricos, como o Distrito Federal, apresentam uma densidade de 6,3 médicos por mil habitantes, outros estados, especialmente no Norte e Nordeste, como Maranhão, possuem apenas 1,3 médicos por mil habitantes.
Essa desigualdade é um dos principais desafios para a profissão no Brasil. O Programa Mais Médicos, criado em 2013 pelo Governo Federal, tem buscado minimizar essa disparidade ao levar médicos para regiões remotas e menos assistidas, com mais de 24 mil profissionais distribuídos até 2024.
Mesmo com o aumento no número de médicos, a distribuição entre o setor público e privado permanece desequilibrada. Em 2015, era três vezes mais fácil encontrar um médico no setor privado do que no SUS, com muitos profissionais atuando em ambos os setores.
Redação / Folhapress