Dino critica ranking de corrupção e fala em relatório com afirmações exóticas

BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, criticou nesta quarta-feira (31) o relatório divulgado pela ONG Transparência Internacional apontando que o Brasil caiu dez posições no ranking IPC (Índice de Percepção da Corrupção) de 2023.

“O que mudou é que pusemos fim à politica de espetacularização de combate à corrupção, que é uma forma de corrupção”, afirmou Dino durante cerimônia de sua despedida do ministério. Ele afirmou que o relatório faz “afirmações bastante exóticas”.

O Brasil ficou em 104º lugar neste ranking entre 180 países. Segundo o relatório, a responsabilidade pelo desmonte de marcos institucionais contra a corrupção que levaram décadas para ser erguidos é da gestão de Jair Bolsonaro (2019-2022). Ao mesmo tempo, porém, o governo Lula vem falhando na reconstrução de mecanismos similares, afirma a ONG.

“Quem usa o combate à corrupção como bandeira política é tão corrupto quanto o corrupto”, disse Dino. Ele afirmou que a Polícia Federal segue combatendo a corrupção e disse que houve 227 operações deste tipo no último ano. O ministro disse que mudanças legais também levaram a redução “da banalização da prisão preventiva”.

Dino assumirá a vaga de ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) em 22 de fevereiro. Antes, ele vai exercer por poucas semanas o mandato de senador. Já o Ministério da Justiça e Segurança Pública será comandado por Ricardo Lewandowski, ex-ministro do STF.

Na cerimônia de despedida da pasta, Dino fez um balanço de ações da segurança pública. O ministro disse que não há “monopólio” de grupos de direita sobre este tema. “Não há diferença de ênfase. É falsa a ideia de que este campo político enfatize e aquele negligencia [o debate sobre a segurança pública]”.

Dino foi indicado por Lula e aprovado pelo Senado para suceder a ministra aposentada Rosa Weber. Ele foi governador do Maranhão por dois mandatos seguidos, pelo PC do B, a partir de 2015. Eleito senador em 2022, pelo PSB, cargo do qual se licenciou para comandar o Ministério da Justiça, ele exerceu ainda em sua carreira política o posto de deputado federal, tendo sido eleito em 2006.

RAQUEL LOPES E MATEUS VARGAS / Folhapress

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