BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – O ministro da Justiça, Flávio Dino, classificou como “execução” o assassinato de três médicos em um quiosque na cidade do Rio de Janeiro e diz que determinou que a Polícia Federal acompanhe as investigações, considerando que um deles era ligado a dois deputados federais.
O presidente Lula também se manifestou sobre o crime em suas redes sociais, manifestando solidariedade aos familiares das vítimas e reforçando que a PF vai acompanhar o caso.
“Recebi com grande tristeza e indignação a notícia da execução de Diego Ralf Bomfim, Marcos de Andrade Corsato e Perseu Ribeiro Almeida na orla da Barra da Tijuca, Rio de Janeiro, na madrugada desta quinta-feira. As vítimas estavam na cidade para um Congresso Internacional de Ortopedia. Minha solidariedade aos familiares dos médicos e a deputada Sâmia Bomfim e ao deputado Glauber Braga. A Polícia Federal, sob determinação do ministro Flávio Dino, está acompanhando o caso”, escreveu o presidente, em suas redes sociais.
Pouco antes, o ministro da Justiça já havia anunciado que a PF iria acompanhar o caso, considerando que há a hipótese de relação com a atuação de parlamentares.
“Em face da hipótese de relação com a atuação de dois parlamentares federais, determinei à Polícia Federal que acompanhe as investigações sobre a execução de médicos no Rio. Após essas providências iniciais imediatas, analisaremos juridicamente o caso. Minha solidariedade à deputada Sâmia, ao deputado Glauber e familiares”, escreveu o ministro.
Após pedir que a PF investigue o caso, o ministro também disse ter conversado com o governador do Rio, Cláudio Castro (PL), e que o secretário-executivo do Ministério da Justiça, Ricardo Cappelli, irá ao estado para acompanhar de perto as investigações.
“Sobre a execução dos médicos, conversei agora com o governador do Rio, Cláudio Castro. Polícia Civil já realizando diligências investigatórias. Polícia Federal também. Secretário Executivo do MJ, Ricardo Cappelli, irá ao Rio e reunirá com a direção da PF e com o governo do Estado. Eu estou indo para a Bahia, reforçar ações lá. Reitero a minha solidariedade aos familiares de todas as vítimas”, disse.
O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), foi outra das autoridades do mais alto escalão do poder que se pronunciaram sobre o caso, se solidarizando com as famílias das vítimas e cobrando investigações.
“Esse fato tem que ser meticulosamente, detalhadamente investigado para saber as suas motivações. São todos os fatos dessa natureza, evidentemente, que precisam ser investigados. Mas o fato de uma das vítimas ser irmão de uma deputada federal muito aguerrida, muito combativa e reconhecida, inclusive, por sua qualidade, é muito importante que haja uma investigação profunda nesse sentido e o Congresso Nacional, obviamente, acompanhará de maneira muito próxima os desdobramentos”, afirmou.
Os três médicos foram assassinados na madrugada desta quinta-feira (5) em um quiosque de praia na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio de Janeiro. Um quarto médico ficou ferido e foi levado para o Hospital Municipal Lourenço Jorge, no mesmo bairro.
Dois dos mortos são de São Paulo e o terceiro é da Bahia. As vítimas são Marcos de Andrade Corsato, 62, Diego Ralf de Souza Bomfim, 35, e Perseu Ribeiro Almeida, 33.
Diego Ralf de Souza Bomfim é irmão da deputada Sâmia Bomfim (PSOL-SP) e também cunhado de Glauber Braga (PSOL-RJ) -que é casado com Sâmia.
Ambos parlamentares são do PSOL, partido da vereadora Marielle Franco, assassinada a tiros no Rio em 2018.
A ministra da Saúde, Nisia Trindade, também se manifestou nas redes sociais sobre o assassinato dos médicos e disse que o “crime brutal deve ser rigorosamente investigado e os responsáveis, identificados e punidos”. Falou ainda que todos os três eram profissionais reconhecidos do Instituto de Ortopedia e Traumatologia do Hospital de Clínicas da USP.
“Minha profunda solidariedade aos familiares e amigos e meu desejo de plena recuperação ao médico Daniel Proença. Meu carinho e apoio à deputada @samiabomfim e ao deputado @Glauber_Braga neste momento difícil.”
RENATO MACHADO, RAQUEL LOPES E JOÃO GABRIEL / Folhapress