SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Guilherme Galuppo Borba, diretor da maior biblioteca pública de São Paulo, a Mário de Andrade, anunciou em mensagem interna aos funcionários que será exonerado após menos de cinco meses no cargo. Ele foi indicado em janeiro, na virada do novo mandato de Ricardo Nunes, do MDB.
Na carta de despedida, obtida pela reportagem e escrita em tom pesaroso e sentimental, Borba já indica que seu sucessor será Rodrigo Massi, “que já ocupou diversas cadeiras na Prefeitura de São Paulo”. Hoje, Massi é assessor na SPTuris, empresa de turismo e eventos da cidade. Ele já foi chefe de gabinete de Marta Suplicy, quando a hoje petista era secretária de Relações Internacionais da Prefeitura de São Paulo.
“Ainda estou vivendo o luto de um sonho, de um projeto, de um voo profissional que, por ora, pousou. Neste lugar, nesta biblioteca tão querida, fui feliz, mesmo que no pequeníssimo e atribulado tempo de uma nova gestão”, afirma na mensagem o diretor, que ainda não teve sua exoneração publicada em Diário Oficial.
“Minha intenção sempre foi trabalhar para as pessoas, todas elas: pesquisadores e frequentadores, servidores públicos e terceirizados, jovens monitores e estagiários, ou seja, cada ser humano que faz deste lugar um propósito [de] vida.”
Em nota, a prefeitura afirma que “a diretoria da Biblioteca Mário de Andrade está em fase de transição”. Questionada sobre o motivo da exoneração, a pasta não entra em detalhes e afirma que “a mudança administrativa faz parte do processo de reorganização interna e dos trâmites naturais de gestão”.
Borba é servidor concursado da secretaria de Cultura desde 2017. Seu cargo base é de analista de políticas públicas e gestão governamental da prefeitura.
A partir de 2021, dirigiu o Arquivo Histórico Municipal, até ser indicado à direção da biblioteca em janeiro. Geógrafo de formação, tem doutorado em urbanismo e estudos culturais pela Universidade de São Paulo.
A indicação de Massi tem sido vista internamente entre os funcionários como movimento político do novo secretário municipal de Cultura, o emedebista Totó Parente, que assumiu no começo do ano. Massi participou de um jantar, em março, de aproximação do mercado editorial com Parente.
Durante o mandato anterior de Nunes como prefeito, a Mário de Andrade foi gerida pelo curador e artista visual Jurandy Valença, que esteve à frente da biblioteca de 2021 até o final de 2024. A gestão coincidiu com boa parte do período em que Aline Torres, também do MDB, chefiou a pasta da Cultura em São Paulo.
WALTER PORTO E EDUARDO MOURA / Folhapress
