SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O diretor do Hospital Estadual de Heliópolis, na zona sul de São Paulo, Abraão Rapoport, foi exonerado nesta terça-feira (23) do cargo após dois médicos serem acusados de não cumprirem suas jornadas de trabalho.
Segundo reportagem do SBT, os médicos, o urologista Lawrence Aseba Tipo e o cardiologista Fulvio Alessandro Souza, batiam ponto na unidade de saúde e deixavam o local em seguida.
A Secretaria Estadual de Saúde abriu sindicância para investigar a conduta dos profissionais.
“Após as graves denúncias que vieram a público a respeito do Hospital de Heliópolis, o secretário de Estado da Saúde, Eleuses Paiva, determinou a exoneração do diretor”, afirmou a pasta em nota. “Foi também aberta sindicância para apurar todos os casos mencionados e determinar responsabilidades. O assessor direto do secretário, Dr. José Luiz Gomes do Amaral, será diretor interino do Hospital.”
A reportagem não localizou os profissionais até a publicação da reportagem. O espaço está aberto para manifestações.
A emissora flagrou o urologista registrar sua entrada, se alongar e sair para correr. O cardiologista saiu do hospital após duas horas de trabalho e foi visto fazendo compras no mercado.
A reportagem do SBT afirma que o Fulvio Alessandro deveria trabalhar três vezes na semana, totalizando 20 horas. A remuneração do médico é de R$ 28.251,79, de acordo com o Portal da Transparência do estado de São Paulo. Ele ainda trabalha em outros quatro hospitais, sendo o de Heliópolis o único público, como mostra o Centro Nacional de Estabelecimento de Saúde.
Já o urologista tem vínculo em sete hospitais, sendo cinco deles públicos. O Portal da Transparência informa que ele recebe R$ 8.022,60.
Após as denúncias, o Ministério Público de São Paulo informa que vai investigar o caso em seus aspectos criminais e de improbidade administrativa, uma vez que a instituição faz parte da rede estadual.
Redação / Folhapress