CANNES, FRANÇA (FOLHAPRESS) – Em sua tradicional conversa com jornalistas na véspera da abertura do Festival de Cannes, seu diretor, Thierry Frémaux, reconheceu a força do cinema brasileiro na seleção deste ano.
“Eu estou feliz de ver que o governo Lula permite que o cinema brasileiro esteja num momento melhor”, disse nesta segunda-feira (13), após ser questionado sobre a volta da produção nacional aos holofotes após quatro anos de ataques de Jair Bolsonaro ao setor.
Neste ano, o Brasil tem seis representantes espalhados por diferentes seções do festival. Na principal, onde estão os candidatos à Palma de Ouro, aparece Karim Aïnouz, cineasta cearense que exibe o thriller erótico “Motel Destino”.
Também ganham sessões “Amarela”, na competição de curtas, “A Queda do Céu”, na Quinzena dos Realizadores, “Bye Bye Brasil”, entre os clássicos recuperados, e o longa “Baby” e o curta “A Menina e o Pote”, ambos na Semana da Crítica.
“Na minha opinião, a cultura é uma arma patriótica, de defesa, de valorização do espírito de um país. É também uma arma econômica”, afirmou Frémaux, sugerindo que vê no governo atual um reconhecimento de tais características.
“Há uma coisa no ar em relação ao cinema brasileiro, mas por outro lado, para a vizinha Argentina, é o contrário. O cinema argentino não está numa situação fácil, porque o governo atual decidiu cortar o investimento público”, continuou, em alusão às políticas culturais de Javier Milei.
Lula ainda ganhará muitas menções nesta 77ª edição do festival. O cineasta americano Oliver Stone, afinal, exibe um documentário sobre o que chama de perseguição jurídica sofrida pelo atual presidente em anos recentes.
LEONARDO SANCHEZ / Folhapress