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Diretriz de obesidade recomenda novos critérios de diagnóstico e tratamento

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Uma nova diretriz brasileira apresentada nesta quinta-feira (29) propõe metas como perda de ao menos 10% do peso corporal, uso de medicamentos como Ozempic, Mounjaro e Saxenda e novos critérios de diagnósticos para tratamento da obesidade.

O documento foi anunciado no Congresso Brasileiro de Obesidade e Síndrome Metabólica pela Abeso (Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica), que acontece em Belo Horizonte de 29 a 31 de maio, e foi construído com 15 sociedades médicas.

A diretriz apresenta 35 recomendações práticas destinadas para médicos, gestores de saúde e profissionais de diferentes especialidades sobre o uso adequado de medicamentos. Dentre os principais, estão:

– Tratamento contínuo e individualizado, com perda de peso de pelo menos 10% como um alvo clínico relevante, com foco na melhora de comorbidades e qualidade de vida

– Recomendação de medicamentos como semaglutida, tirzepatida e liraglutida em uso continuado, com base em dados de segurança e eficácia

– Inclusão de novos critérios de diagnóstico, como pacientes com complicações relacionadas à obesidade, mesmo com IMC abaixo de 30, mas considerando medidas como circunferência da cintura e relação cintura e altura

– Reconhecimento da sarcopenia e de grupos específicos. Pacientes como idosos, pessoas com obesidade sarcopênica, apneia do sono, osteoartrose e doença hepática associada à obesidade agora têm recomendações específicas

Uma das principais propostas do documento é adotar metas individuais, mais realistas e clinicamente relevantes, com foco na melhoria de comorbidades associadas à obesidade como diabetes tipo 2, hipertensão, apneia do sono, osteoartrose e doença hepática associada à disfunção metabólica.

A recomendação do uso de canetas de semaglutida, tirzepatida e liraglutida foi categorizada de acordo com o perfil de eficácia, segurança e duração do tratamento. Além disso, o documento ainda considera a possibilidade de uso off-label (em que medicamentos não especificamente aprovados para obesidade possam ser utilizados desde que existam evidências clínicas e pesquisas que demonstrem eficácia e segurança).

“Sempre que possível, devemos usar os medicamentos mais potentes, com maior impacto clínico. A perda de peso é importante, mas o principal objetivo é melhorar as complicações associadas”, acrescenta João Salles, diretor do departamento de medicina da Santa Casa de São Paulo e membro do departamento científico da Abeso.

No entanto, o tratamento com esses medicamentos deve ser priorizado quando disponíveis, segundo o documento, e deve ser associado à mudanças no estilo de vida, com alimentação saudável e prática de atividade física.

Ainda, fenótipos alimentares, padrões individuais de comportamento alimentar, fatores genéticos, psicológicos, sociais e ambientais, dentre outros, devem ser levados em consideração, segundo a nova diretriz para tratamento da obesidade.

Essa abordagem permite que os médicos selecionem os medicamentos de acordo com o perfil de cada pessoa, resultando em maior adesão.

O documento alerta também para o reconhecimento de grupos específicos que demandam atenção, como idosos com sarcopenia, pessoas com câncer relacionado à obesidade e indivíduos com insuficiência cardíaca.

“Em idosos, a perda de peso sem orientação pode aumentar a mortalidade. Por isso, a diretriz recomenda rastrear sarcopenia e combinar estratégias nutricionais e funcionais desde o início”, explica Rodrigo Lamounier, presidente do congresso em que o documento foi apresentado.

A diretriz contraindica o uso de fórmulas com substâncias não validadas pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) ou potencialmente perigosas, como diuréticos e hormônios e canetas emagrecedoras manipuladas para o tratamento da obesidade.

Redação / Folhapress

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