SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESs) – O coordenador da seleção brasileira, Rodrigo Caetano, negou que esteja em negociações com o Atlético-MG para deixar a CBF. O dirigente reforçou que tem contrato até 2026, quando acontece a Copa do Mundo, e espera cumprir esse prazo.
“O que tem de verdade é um carinho que eu tenho pelo Galo, isso é inegável e eu sempre deixei isso muito claro, mas não tem nenhum tipo de negociação, nem poderia ter. Eu tenho compromisso com a CBF, eu tenho um contrato, espero que eu possa cumpri-lo até o final, que vai até 2026. A gente sabe que o futebol, seja de clube ou em seleção, ele é pautado pelos resultados. Mas no que depender de mim, não. O projeto e quando eu aceitei a convocação do presidente Ednaldo com essa intenção de tentar ser esse suporte para toda a comissão técnica e atletas e é dessa forma que eu ganhei desempenhando o meu trabalho. E tenho, sim, tido muito respaldo por parte do presidente para tudo aquilo que a gente imagina que possa ser melhorado na seleção principal e também nas categorias de base”, disse.
“O foco total aqui, mas obviamente que eu sempre tive uma relação muito próxima com o Galo, até porque faz oito meses que saí de lá. E também não tem sentido algum, até mesmo porque o Galo está muito bem, está muito bem representado com os profissionais que lá estão, então não faz sentido pelo menos nesse momento.”
O que mais Rodrigo Caetano disse:
– Qual que é a avaliação do trabalho até aqui?
“Bom, se eu te falar que é excelente, os resultados não dizem isso, né? Por mais que seja inicial, a gente também sabe que no futebol esse negócio de tempo muitas das vezes é sonho, né? Nossa realidade é apresentar resultado e paralelamente a isso apresentar desempenho também. A gente tem aí quatro jogos ainda dentro desse ano e a gente tem que buscar uma pontuação que nos tire dessa zona atual, dessa classificação atual, nos coloque mais próximos dos primeiros colocados, mas no que diz respeito ao trabalho, de escolha, de selecionar os atletas, por mais que tenhamos essas dificuldades, a gente não pode se apegar nelas porque nós não estamos em clube. Em clube, muitas vezes, você tem uma lesão, você não pode contar com determinado jogador e você muitas vezes não tem nem orçamento para buscar um substituto e nem janela aberta para fazer isso. Na seleção é diferente. A gente lamenta os que não estão conosco, mas a gente sabe que estamos aqui representando a seleção brasileira, que tem uma gama de grandes talentos espalhados pelo mundo. Então não é nisso que nós vamos nos apegar como justificativa”.
Temos que apresentar resultado e temos que apresentar desempenho. É pouco tempo se tratando de futebol? Sim, mas da mesma forma que a gente sabe que esse tempo é fictício. E a gente trabalha de forma silenciosa, tentando não dar muitas justificativas, mas que ali na frente a gente consiga apresentar esse resultado que todos nós queremos. Não estamos confortáveis com o que a gente apresentou, principalmente nesses últimos jogos.
– E qual que é o diagnóstico do que ocorreu para a seleção não conseguir atingir o rendimento esperado, além dos resultados?
“Primeiro que eu acho que realmente ainda não conseguimos consolidar um grupo mesmo, né? Por muitas as mudanças, você pegar os atletas lá, da primeira data Fifa que chegamos lá na Europa para hoje, houve uma mudança considerável de peças. E, obviamente, nós já sabíamos disso. Essa história de dizer que temos pouco tempo para trabalhar, a gente já sabia quando foi convidado, né? Então nós temos que superar essa diversidade de forma que criamos o mais rapidamente possível esse grupo, uma base que a gente está mantendo, mas talvez pudesse ser um maior número. Paralelamente a isso, nós temos que ter também a humildade de saber que muitas seleções evoluíram. Temos que fazer uma reflexão mais em cima da coletividade.”
– O tempo é diferente, qual é esse desafio de entender o ritmo, por exemplo, a gente está em um semestre com datas Fifa, então setembro, outubro e novembro, mas depois uma pausa até a próxima, então também qual o desafio para administrar tudo isso?
“É uma dinâmica muito diferente, no resto a menor dúvida ainda. Se eu falar que estou totalmente adaptado, não é verdade, a gente também segue aprendendo, tentando aprender o mais rapidamente possível. Mas na questão do ordenador de seleções, da equipe que nós montamos, porque ninguém trabalha sozinho, temos grandes profissionais lá, é criar processos internos, é criar estrutura ou melhorar a estrutura, que ela já é excelente, para que não falte nada nesse período de intensidade de treino. O que diz respeito à logística, à melhor condição para os atletas, quer dizer, para que eles, no período que estejam conosco, se sintam extremamente confortáveis para desempenhar aquilo que eles foram chamados. Não tem nenhum tipo de diferença, nenhum tipo de surpresa em relação ao que eles têm nos clubes os quais eles pertencem, então esse é o nosso desafio. Muito planejamento para que tudo seja devidamente bem executado nesse período de intensidade que são os treinos e os jogos. Basicamente esse é o nosso trabalho, é claro que isso também é um desenvolvimento melhor com as categorias de base, uma integração cada vez maior com as categorias de base, então esse é o nosso trabalho, ele não é menos intenso quando não tem jogos. Não, não é isso, é que para os atletas o nível de intensidade, condição técnica muito maior nesse período e para que tenhamos sucesso depende muito do período que nós não temos os jogos e nem as datas Fifa para planejar bem melhor.”
EDER TRASKINI E LUCAS MUSETTI PERAZOLLI / Folhapress