Djokovic dá aula ao jovem Shelton e vai à final do US Open pela décima vez

UOL/FOLHAPRESS – Coube a Novak Djokovic, maior campeão de slams em simples na história do tênis masculino, colocar em seu devido lugar o garotão Ben Shelton, de 20 anos e nova sensação da modalidade nos EUA. Nesta sexta-feira (8), o veterano tricampeão do torneio não se intimidou com os potentes saques do empolgado oponente, administrou a partida e, mesmo com uma queda de nível no fim do terceiro set, anotou uma vitória rotineira por 6/3, 6/2 e 7/6(4), que lhe rendeu uma vaga na final do US Open pela décima vez na carreira. No match point, após silenciar o rival e o público, Djokovic ainda provocou, repetindo o gesto típico de Shelton, imitando o ato de desligar um telefone.

Aos 36 anos, Djokovic iguala Bill Tilden como o tenista a alcançar mais decisões no torneio nova-iorquino. Nas nove tentativas anteriores, o sérvio foi campeão em 2011, 2015 e 2018 e foi derrotado em 2007 (por Roger Federer), 2010 (Rafael Nadal), 2012 (Andy Murray), 2013 (Nadal), 2016 (Stan Wawrinka) e 2021 (Daniil Medvedev).

O adversário desta vez, em sua 36ª final de slam na carreira, sairá do jogo entre o atual número 1 do mundo, Carlos Alcaraz, e o terceiro do ranking, Daniil Medvedev. Eles se enfrentam na sessão noturna desta sexta-feira, no Estádio Arthur Ashe.

COMO ACONTECEU

O duelo começou com Shelton se sustentando graças a ótimos saques, mas sem conseguir ameaçar os games de Djokovic. O sérvio evitava correr riscos e foi premiado no sexto game, com quatro erros não forçados do americano. Depois disso, Nole abriu 4/2 e só foi ameaçado quando sacou para fechar o set. No entanto, na única chance de quebra que conquistou, Shelton jogou um forehand fácil na rede. O veterano, então, fechou a parcial e fez 6/3.

O segundo set não foi tão diferente assim. Shelton continuava a disparar saques potentes e forehands agressivos, enquanto Djokovic dava poucos pontos de graça. O tenista da casa até ameaçou Nole no quarto game, ganhando um belo ponto e deixando o placar em 30/30. No entanto, perdeu os quatro pontos seguintes e acabou quebrado no quinto game. Depois disso, o veterano administrou sua dianteira até fazer 6/2.

Se havia algum fiapo de esperança em Shelton por parte da torcida da casa, ele parecia ter desaparecido logo no primeiro game do terceiro set, quando Djokovic anotou mais uma quebra de serviço. Sem conseguir fazer diferença com seu jogo de pancadaria e sem recursos para mudar a dinâmica do jogo, restou ao desafiante esperar vacilos do veterano. E eles vieram no oitavo game, quando Nole errou duas direitas não forçadas em seguida e, pela primeira vez no jogo, perdeu o serviço. A torcida acordou, Shelton ganhou motivação extra, e Djokovic cometeu mais erros no décimo game. O sérvio até cedeu um set point, mas se salvou com um ace antes de confirmar o saque.

As inconsistências no jogo de Shelton se manifestaram novamente no 11º game, e o americano praticamente deu um game de presente ao sérvio. Djokovic, contudo, não vivia seu melhor momento no jogo. Desperdiçou um match point e, ao errar um smash, perdeu o saque mais uma vez. A decisão só veio no tie-break, e a imaturidade de Shelton ficou evidente. O americano errou um voleio no primeiro ponto e jogou um backhand fácil para fora pouco depois. Djokovic foi para o saque com 4/1 no placar e não desperdiçou mais esta vantagem.

EM NÚMEROS

O confronto desta sexta foi a partida de número 100 de Djokovic no US Open. Ele agora soma 87 vitórias e 13 derrotas no torneio.

Djokovic ampliou sua sequência de vitórias sobre americano no circuito. Agora são 31 triunfos desde seu último revés, diante de Sam Querrey, na terceira rodada de Wimbledon em 2016.

Nole soma neste momento 11 triunfos consecutivos em quadra dura. Antes do US Open, ele foi campeão do Masters 1000 de Cincinnati.

No domingo, Djokovic disputará sua 36ª final de slam em simples na carreira. O número é recorde. O segundo maior finalista de slams em simples é Roger Federer, com 31. Nadal vem logo atrás, com 30.

ALEXANDRE COSSENZA / Folhapress

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