SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O dólar abriu em leve alta nesta terça-feira (12), com investidores operando com cautela enquanto aguardam a divulgação de dados de inflação dos Estados Unidos nesta semana, buscando pistas sobre o futuro da política de juros do país.
No Brasil, houve nesta manhã a divulgação do IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) de agosto, que acelerou para 0,23%, mas veio abaixo do esperado pelo mercado. Mesmo assim, a avaliação ainda é de que o resultado não deve alterar o ritmo de cortes na Selic previsto pelo Banco Central (BC), de 0,50 ponto percentual.
Às 9h28, o dólar subia 0,31%, cotado a R$ 4,944.
Na segunda (11), a Bolsa brasileira registrou forte alta, enquanto o dólar caiu mais de 1%, num cenário de otimismo no exterior. A divulgação de dados positivos e a adoção de novos estímulos econômicos na China, que aliviaram temores sobre a desaceleração da segunda maior economia do mundo, colaboraram para o ambiente favorável para ativos de risco globais.
No sábado (9), dados do governo chinês mostraram que a inflação do país voltou a subir em agosto, o que indica aquecimento da economia. Além disso, novos empréstimos bancários quase quadruplicaram no período e superaram as expectativas do mercado.
Com isso, o Ibovespa subiu 1,36%, terminando o dia aos 116.883, pontos, de acordo com dados preliminares. Já o dólar recuou 1,04%, cotado a R$ 4,930.
À espera de dados de inflação americanos, os principais índices acionários dos EUA registraram alta, apoiados principalmente pela Tesla, que recebeu uma elevação de recomendação de compra pelo Morgan Stanley. O banco afirma que o supercomputador Dojo da fabricante de veículos elétricos pode aumentar o valor de mercado da empresa em quase US$ 600 bilhões.
Com isso, o índice de tecnologia Nasdaq terminou o dia em forte alta de 1,14%, enquanto o S&P 500 e o Dow Jones subiram 0,67% e 0,25%, respectivamente.
No Brasil, o dia também foi positivo para a Bolsa, com apoio significativo do exterior em dia de agenda de indicadores esvaziada.
A principal alta do dia foi da Vale, que subiu 1,49% apoiada justamente pelas notícias positivas sobre a China, que garantiram um dia positivo para os contratos de minério de ferro no exterior. Altas de Itaú (2,57%) e B3 (3,18%), que ficaram entre as mais negociadas da sessão, também impulsionaram a Bolsa.
“As notícias positivas para a economia chinesa ajudaram no desempenho de empresas ligadas às commodities, enquanto o setor bancário também mostrou força e ajudou para a sessão positiva, mesmo com a cautela pelos eventos da semana”, afirma Alexsandro Nishimura, economista e sócio da Nomos.
Nishimura destaca, ainda, que os bancos foram beneficiados pela avaliação de que o setor é resiliente e atrativo para investidores que desejam retorno em dividendos, em especial após a retirada do regime de urgência do projeto o governo que propõe o fim dos juros sobre capital próprio. O índice que reúne empresas do setor subiu 2,04%.
Os melhores desempenhos do dia, no entanto, ficaram com empresas do setor de construção e energia. A Eztec liderou as altas com avanço de 5,84%, e ganhos de Ultrapar (3,16%) e Cyrela (2,92%) também ficaram entre os mais relevantes da sessão. O índice do setor imobiliário da B3 avançou 2,21%.
“O mercado está se posicionando em infraestrutura e construção. A valorização dos setores de construção civil, elétrico e saneamento básico tem se repetido nos últimos pregões. Além de serem posições mais defensivas, também se beneficiam de investimentos em infraestrutura, que parecem ser o interesse do governo”, afirma Thiago Lourenço, operador de renda variável da Manchester Investimentos.
As empresas de construção também foram beneficiadas pelas curvas de juros futuros, que registraram queda. Os contratos com vencimento em janeiro de 2027 iam de 10,46% para 10,37%, enquanto os para 2029 caíam de 10,97% para 10,90%.
No câmbio, o dólar caiu tanto no Brasil quanto no exterior. O índice DXY, que mede o desempenho da moeda americana ante outras divisas fortes, recuou 0,53% nesta segunda. Além das notícias positivas sobre a China, uma declaração do banco central do Japão sobre uma possível alta de juros no país também enfraqueceu o dólar globalmente.
Redação / Folhapress