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Dólar abre em leve queda após MP que aumenta impostos chegar ao Congresso

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O dólar abriu em leve queda nesta quinta-feira (12), com os investidores avaliando a MP (Medida Provisória) enviada pelo governo ao Congresso para aumentar impostos e o acordo comercial entre EUA e China.

O texto da MP foi publicado no Diário Oficial por volta das 21h desta quarta-feira (11) e chega ao Congresso sob fortes críticas de parlamentares e do setor empresarial e com partidos da base aliada abertamente contrários —posição externada antes mesmo da medida provisória ser editada.

A tensão escalou após o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), afirmar em evento com empresários na manhã desta quarta que as medidas apresentadas pelo governo devem ter “reação muito ruim” no Congresso. Ele também afirmou não servir a projeto político de ninguém.

A expectativa do governo é buscar apoio e liberar emendas parlamentares até a data de votação, enquanto negocia com o Congresso. A MP entra em vigor imediatamente, mas grande parte de seus efeitos passam a valer em 2026, e o texto precisa ser referendado pelos parlamentares.

Em meio ao anúncio da MP, o dólar caía 0,17%, cotado a R$ 5,5299, às 9h03. Na quarta-feira (11), a moeda norte-americana caiu 0,55% e encerrou o dia cotada a R$ 5,538, renovando o menor patamar de fechamento do ano. Já a Bolsa avançou 0,50%, a 137.128 pontos, com amparo das ações da Petrobras, em disparada pelo segundo dia seguido, e do setor bancário.

O movimento nos mercados foi pautado, inicialmente, pelos números de inflação dos Estados Unidos abaixo do esperado. O acordo comercial dos norte-americanos com China, firmado na véspera, também mexeu com os negócios.

A inflação nos EUA medida pelo CPI (índice de preços ao consumidor, na sigla em inglês) voltou a subir em maio, mas abaixo das projeções. O avanço foi de 0,1%, depois de alta de 0,2% em abril. No acumulado de 12 meses, o índice avançou 2,4%, ante 2,3% da leitura anterior.

Economistas consultados pela Reuters previam alta de 0,2% na base mensal e de 2,5% na anual.

O dado sinaliza que as tarifas do presidente Donald Trump não estão atingindo os preços ao consumidor tão rapidamente quanto se antecipava. Segundo a Reuters, a maioria dos varejistas está vendendo mercadorias acumuladas antes da entrada em vigor das sobretaxas de importação, o que tem atenuado o impacto das medidas.

Essa percepção aliviou os temores de uma escalada desenfreada de preços pela política tarifária do presidente. Mais do que isso, reforçou entre os operadores apostas de que o Fed (Federal Reserve, o banco central dos EUA) poderá retomar os cortes de juros a partir de setembro, consolidando, ainda, as expectativas de uma segunda redução na taxa até o fim do ano.

“Os dados do CPI trazem algum alívio em relação à trajetória inflacionária, particularmente por ainda não ter sinalizado pressões advindas da introdução das novas tarifas. Embora a progressão futura da inflação permaneça sendo uma preocupação, esta leitura do CPI ajuda a reforçar as apostas de que um novo ciclo de corte de juros possa ser iniciado no segundo semestre”, avalia Danilo Igliori economista-chefe da Nomad.

A taxa norte-americana está na banda de 4,25% e 4,5% desde o final de 2024. Juros mais baixos por lá implicam em rendimentos menores nos treasuries, os títulos ligados ao Tesouro dos EUA, o que torna o dólar menos atrativo em relação às demais moedas.

A divisa caiu globalmente. O índice DXY, que mede a força do dólar em relação a uma cesta de seis outras moedas fortes, perdeu 0,43%, a 98,66 pontos.

O mercado de câmbio também repercutiu o acordo comercial entre EUA e China, anunciado na noite de terça-feira, em Londres.

Autoridades de ambos os países concordaram em manter as bases do consenso de Genebra, anunciado em 12 de maio, que definiu a redução em 115 pontos percentuais das tarifas recíprocas entre as duas principais economias do mundo.

O vice-ministro do Comércio da China, Li Chenggang, e o secretário de Comércio dos EUA, Howard Lutnick, disseram que os dois países concordaram com uma estrutura de acordo para resolver imbróglios sobre o controle de exportações dos EUA e o domínio chinês sobre as terras raras, materiais essenciais para fabricar uma série de tecnologias avançadas.

Li Chenggang afirmou que o entendimento aumenta a confiança na relação entre as duas partes. Já Lutnick disse que as negociações visaram o equilíbrio.

Antes, alguns impasses ameaçavam o acordo de Genebra. O governo dos EUA criticava o aumento do controle imposto por Pequim sobre as exportações de sete terras raras. Os metais incluem térbio, usado para fabricar lâmpadas de baixo consumo, e disprósio, utilizado em motores de veículos elétricos.

Já o governo chinês afirmava que cumpriu os compromissos de “suspender ou cancelar” as medidas retaliatórias não tarifárias às sobretaxas do “dia da libertação” de Trump em 2 de abril.

O país asiático responde por 70% da mineração mundial de terras raras e, mais importante, mais de 90% do processamento. Longe de aliviar as restrições, a China continuou a expandir e aprimorar controles de exportação sobre esses produtos, implementando novos requisitos de licenciamento e reprimindo o contrabando, de acordo com declarações oficiais chinesas e especialistas do setor.

Trump, em postagem na quarta, confirmou que o acordo está sujeito à aprovação final dele e de Xi Jinping. Mas reiterou que o entendimento está concluído e que Pequim fornecerá ímãs e minerais de terras raras enquanto os norte-americanos permitirão estudantes chineses em suas faculdades e universidades.

“Estamos recebendo um total de 55% de tarifas, a China está recebendo 10%. A relação é excelente!”, postou Trump em sua rede social Truth Social.

Redação / Folhapress

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