SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O dólar alternava estabilidade e leve alta frente ao real na manhã desta quarta-feira (30), conforme investidores digeriam dados mais fracos do que o esperado do PIB dos Estados Unidos, que podem suavizar a trajetória de política monetária do Fed (Federal Reserve).
Às 10h36, a moeda americana subia 0,08%, sendo vendida a R$ 4,85.
Dados de mais cedo mostraram que o crescimento econômico dos Estados Unidos no segundo trimestre foi revisado para baixo, embora a um ritmo ainda sólido, de 2,1%.
Imediatamente após a divulgação dos dados, o dólar chegou a apresentar leve baixa frente ao real, antes de retomar fôlego e passar a rondar a estabilidade.
O Ibovespa avançava nos primeiros negócios desta quarta-feira, buscando a terceira alta seguida, em meio a dados mostrando desaceleração no ritmo de criação de vagas no setor privado dos Estados Unidos em agosto e revisão para baixo do crescimento do PIB norte-americano no segundo trimestre.
No Brasil, na expectativa da apresentação do Orçamento de 2024, prevista para a quinta-feira (31), investidores repercutem o IGP-M de agosto que mostrou ainda deflação e a abertura de 142.702 vagas formais de trabalho em julho, entre outros dados.
Às 10h02, o Ibovespa subia 0,04%, a 118.451,04 pontos. O contrato futuro do Ibovespa com vencimento mais curto, em 18 de outubro, tinha alta de 0,36%, a 120.510 pontos.
O Dow Jones caía 0,01% na abertura desta quarta, para 34.847,80 pontos. O S&P 500 abriu em alta de 0,06%, a 4.500,34 pontos, enquanto o Nasdaq Composite ganhava 0,13%, para 13.961,77 pontos.
Na terça (29), a Bolsa brasileira registrou mais uma forte alta e recuperou os 118 mil pontos, enquanto o dólar caiu aos R$ 4,85, após a divulgação de dados de emprego nos EUAs, que vieram mais fracos que o esperado.
A sinalização de desaquecimento do mercado de trabalho americano endossou apostas de que a escalada de juros nos EUA está próxima do fim, trazendo otimismo ao mercado. Nesse cenário, a Bolsa brasileira teve apoio dos índices do exterior, que fecharam em alta, e o dólar recuou ante o real e outras divisas.
Com isso, o Ibovespa fechou em alta de 1,09%, aos 118.403 pontos, enquanto o dólar caiu 0,44%, terminando o dia cotado a R$ 4,853.
Após a divulgação dos dados de emprego, as projeções de que o Fed deve manter os juros inalterados em sua próxima reunião, marcada para o início de setembro, aumentaram. Agora, o mercado vê 86,5% de chance de manutenção das taxas de empréstimo nos EUA no próximo mês, ante 78% na segunda (28), segundo a ferramenta FedWatch, do CME Group.
Com a notícia, os índices acionários americanos tiveram altas significativas. O S&P 500, o Dow Jones e o Nasdaq subiram 1,45%, 0,85% e 1,74%, respectivamente.
Também na esteira dos dados, o índice do dólar frente a uma cesta de pares fortes caiu 0,60%, abandonando os fortes ganhos do início do dia.
Nesse cenário, a Bolsa operou em alta impulsionada pelas ações da Vale, que subiram 3,27%.
“A recente valorização do minério de ferro negociado no mercado internacional, bem como possíveis ações governamentais na China, tendem a beneficiar o setor [de mineração], que teve grande desvalorização neste ano”, afirma Elcio Cardozo, especialista em mercado de capitais e sócio da Matriz Capital.
O setor financeiro também foi um dos pontos de apoio do Ibovespa nesta terça, em meio a expectativas relacionadas aos planos do governo relacionados à tributação de juros sobre capital próprio, que deve encaminhar um projeto sobre o tema nesta semana. Bradesco, Itaú e Banco do Brasil subiram 1,11%, 1,65% e 0,45%, respectivamente, e o índice que reúne empresas do setor teve alta de 1,13%.
A líder de ganhos da sessão foi a Marfrig, com alta de 10,25% após ter fechado um acordo de R$ 7,5 bilhões para vender instalações de abate de bovinos e ovinos à Minerva, que, por outro lado, encabeçou a lista de maiores perdas do pregão, registrado forte queda de 18,17%.
Nos mercados futuros, as curvas registraram baixa significativa e colaboraram para o bom desempenho do Ibovespa. Os contratos com vencimento em janeiro de 2025 saíam de 10,52% para 10,46%, enquanto os para 2027 iam de 10,21% para 10,11%.
Redação / Folhapress