Dólar abre esta quarta com leve alta com expectativas sobre a Selic

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O dólar subia frente ao real nos primeiros negócios desta quarta-feira (8), com investidores à espera da conclusão da reunião de política monetária do Banco Central em meio a incertezas sobre o ritmo de afrouxamento, enquanto o clima no exterior se mostrava neutro.

Às 9h02, o dólar à vista subia 0,33%, a R$ 5,0849 na venda, iniciando o dia com leve alta. A sessão guarda cautela antes do anúncio do BC sobre o tamanho do corte da taxa básica de juros -se 0,5 p.p (ponto percentual), se 0,25 p.p.

Por cinco reuniões seguidas, o entendimento entre o Comitê foi unânime no corte de 0,5 p.p. Hoje, a taxa está em 10,75% ao ano. E, em março, sinalizou que iria repetir a intensidade da redução na reunião de maio, “em se confirmando o cenário esperado”.

Mas a conjuntura econômica, de lá para cá, levou à expectativa de que o Comitê comece a desacelerar o ritmo de cortes na Selic. Pesam-se a inflação dos Estados Unidos acima do esperado em março, a revisão da meta fiscal de 2025 pelo governo federal e, mais recentemente, o impacto das chuvas no Rio Grande do Sul nas expectativas dos agentes econômicos.

“Quando a gente olha em termos de projeção, esse desastre tem impactos na safra agrícola, no comércio, nas vendas, no emprego, no conjunto da atividade econômica do Rio Grande do Sul e, por conta disso, de todo o país”, disse Fernando Rocha, chefe do Departamento de Estatísticas do BC, durante live na segunda-feira.

O caso foi usado pelo técnico do BC para exemplificar como eventos imprevistos mudam a tendência esperada para os indicadores econômicos e afetam as projeções feitas pelos analistas da iniciativa privada.

O contexto leva a um “quase consenso” para a redução do ritmo de queda da Selic, afirma Alexsandro Nishimura, economista e sócio da Nomos.

“Mas há esperança por uma comunicação menos rígida, sem fechar as portas para a continuidade dos cortes, mesmo sem se comprometer com guidance.”

Nesta terça-feira (7), o dólar encerrou a sessão em leve baixa de 0,13%, cotado a R$ 5,0672 na venda. Foi o segundo dia consecutivo em que a moeda norte-americana fechou perto da estabilidade, com investidores aguardando a decisão do BC sobre o tamanho do corte da Selic.

Profissionais ouvidos pela Reuters avaliaram que, caso o corte seja de 0,25 p.p, como precificado, os efeitos no câmbio tendem a ser menores. Isso porque o diferencial de juros entre Brasil e exterior não fechará tanto, mantendo em grande parte a atratividade do país ao capital internacional.

A Bolsa, por outro lado, registrou ganhos de 0,58%, a 129.210,50 pontos, puxada pela forte cena corporativa em meio à divulgação de balanços trimestrais de peso.

O Itaú Unibanco, cujos papéis fecharam em alta de 2,07%, apresentou crescimento de 15,8% no lucro líquido do primeiro trimestre, batendo R$ 9,77 bilhões. O CEO, Milton Maluhy, ainda sinalizou chance de o banco voltar a distribuir dividendo extraordinário neste ano.

A Rede D’or subiu 9,33%, após anunciar lucro líquido de R$ 804,6 milhões nos primeiros três meses do ano –alta de 169,3% em relação ao mesmo período de 2023.

A Vale avançou 0,62% e Petrobras, 2,42%, mesmo com desvalorização do minério de ferro e petróleo Brent.

O desempenho ajudou a mitigar a forte queda de 12,27% nos papéis da Suzano, após a notícia de que a empresa brasileira de celulose teria feito uma oferta toda em dinheiro de quase US$ 15 bilhões em ativos da International Paper.

A Suzano tem um valor de mercado de US$ 15,2 bilhões, e está em negociações para uma linha de financiamento que possa apoiar sua oferta, de acordo com a agência Reuters. A International Paper está preparada para rejeitar a oferta como inadequada.

A resseguradora IRB também esteve entre as maiores quedas, a 8,77%. O banco JPMorgan classificou a empresa como a mais exposta no setor de seguros diante da tragédia no Rio Grande do Sul.

Redação / Folhapress

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