Dólar cai e Bolsa sobe, com dados dos EUA e balanços corporativos em foco

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O dólar caía nesta quinta-feira (8), com alívio de investidores após a divulgação de novos dados do mercado de trabalho dos Estados Unidos.

Às 13h38, o dólar recuava 0,61%, cotado a R$ 5,589, revertendo os ganhos registrados na abertura. Já a Bolsa brasileira subia 0,82%, aos 128.575 pontos, também embalada na repercussão de uma bateria de resultados corporativos, entre eles os da Embraer e do Banco do Brasil.

O Departamento do Trabalho dos EUA divulgou, nesta manhã, que o número de pedidos de auxílio-desemprego caiu mais do que o esperado na semana passada, para 233 mil. A expectativa de economistas consultados pela Reuters era de 240 mil.

Os pedidos vinham apresentado uma tendência de alta desde junho, com parte do aumento atribuída a volatilidade relacionada a paralisações temporárias das fábricas de veículos automotores para reequipamento e aos impactos causados pelo furacão Beryl, no Texas.

Nas últimas semanas, os pedidos têm oscilado perto do limite superior do intervalo deste ano, mas as demissões continuam, em geral, baixas.

O relatório, um dos únicos da agenda macroeconômica da semana, era amplamente aguardado pelo mercado em meio a temores de que os Estados Unidos estariam a caminho de uma recessão, após dados de emprego mais fracos do que o esperado na sexta-feira passada.

Com os números, há a visão de que a economia segue em abrandamento gradual, e não em processo de desaceleração acentuado.

Em resposta, Wall Street tinha forte alta. O Dow Jones subia 1,20%, enquanto o S&P 500 e Nasdaq Composite avançavam 1,98% e 2,12%, respectivamente. O dólar se enfraquecia diante de moedas de mercados emergentes, como o peso mexicano, o peso colombiano e o peso chileno.

O bom humor do exterior endossava a performance positiva na Bolsa brasileira. “O Ibovespa conseguiu continuar a recuperação e busca a máxima deixada na última quinta-feira, em 128.700 pontos”, afirmaram analistas do Itaú BBA em relatório enviado a clientes.

“A grande dúvida é se o Ibovespa terá condições e fluxo para conseguir ultrapassar e seguir em direção à próxima barreira de médio prazo situada entre os 130.000 e 131.700 pontos.”

Uma nova bateria de balanços também era destaque. O Banco do Brasil reportou lucro líquido ajustado de R$ 9,5 bilhões no segundo trimestre, acima das projeções de R$ 9,25 bilhões de analistas consultados pela Bloomberg.

O resultado é 8,2% maior que o do mesmo período de 2023 e 2,2% superior ao registrado entre janeiro e março deste ano. A estatal também comunicou o pagamento de R$ 2,6 bilhões em dividendos.

No entanto, o índice de inadimplência —relação entre as operações vencidas há mais de 90 dias e o saldo da carteira de crédito classificada— voltou a crescer e finalizou junho em de 3%, depois de ter caído de 2,92% ao fim de 2023 para 2,90% em março.

Investidores e alguns analistas do mercado se mostraram preocupados com o aumento da inadimplência, e as ações do BB operavam em queda de 0,34%.

A Embraer também publicou os resultados do último trimestre. A fabricante de aviões teve um aumento de 50,6% no lucro líquido ajustado na comparação com o mesmo período do ano passado, a R$ 416 milhões. As receitas avançaram 23%, e o faturamento líquido atingiu R$ 7,85 bilhões entre abril e junho deste ano.

No pregão da B3, a empresa disparava 7,26%.

Petrobras avançava: os papéis preferenciais e ordinários tinham ganhos de 0,50% e 0,23%. A petroleira reporta o balanço corporativo do último trimestre após o fechamento dos mercados de hoje, com expectativa pelos números da distribuição de dividendos extraordinários.

Vale tinha queda de 0,12%, em dia de queda do minério de ferro no exterior.

Na quarta-feira (7), o dólar fechou em queda de 0,60%, aos R$ 5,624, e a Bolsa teve alta firme de 0,99%, aos 127.513 pontos. Foi o segundo dia seguido de desvalorização da divisa norte-americana, já que na terça-feira (6) a queda havia sido de 1,40%.

Os mercados globais continuaram o movimento de retomada, após índices acionários e moedas emergentes derreterem na segunda com os temores de uma recessão nos EUA.

Redação / Folhapress

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