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Dólar oscila e Bolsa cai na véspera da superquarta e com tensão no Oriente Médio em foco

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O dólar oscilava forte e a Bolsa recuava nesta terça-feira (17), véspera da superquarta, quando os bancos centrais do Brasil e dos EUA divulgarão as taxas de juros para os países. Investidores também seguem atentos à escalada de tensões entre Israel e Irã, que já entram no quinto dia de conflito.

Às 14h52, a moeda norte-americana subia 0,23%, cotada a R$ 5,500, em linha com a valorização do dólar no exterior. Já a Bolsa recuava 0,53%, a 138.505 pontos, seguindo a tendência de queda dos principais índices globais.

Na segunda-feira (17), o dólar caiu 0,96% e encerrou o dia cotado a R$ 5,487, renovando o menor patamar de fechamento de 2025. Desde o início do ano, a divisa acumula uma queda de 10,96%, e no mês, um recuo de 3,13%. É a primeira vez desde 7 outubro do ano passado que o dólar cai abaixo do patamar de R$ 5,50, quando fechou em R$ 5,485.

A tônica que movimenta os mercados nesta terça-feira continua sendo o conflito entre Israel e Irã, que entra no quinto dia. Os óbitos saltaram de 224 para 269 iranianos, mas a transparência do governo teocrata do Irã torna mais difícil aferir a precisão do dano. Do lado israelense, 24 pessoas morreram.

Agentes do mercado financeiro voltaram a temer a escalada de tensões. Diante desse cenário, o dólar em geral é visto como um ativo seguro e tende a ser favorecido pelo sentimento de aversão ao risco que domina os mercados, o que ocorre nesta terça. O índice DXY, que mede a força do dólar frente a uma cesta de seis divisas, subia 0,51%, a 98,65.

Os mercados estão pessimistas, conforme o confronto entre Irã e Israel ameaça transformar o Oriente Médio, região rica em petróleo, em um ponto crítico.

As ações europeias caíram para o menor nível em quase um mês nesta terça-feira. O índice pan-europeu STOXX 600 fechou em queda de 0,85%, a 542,26 pontos. Índices de Frankfurt, Madri, Milão e Lisboa encerraram com baixa de mais de 1%.

Os principais índices de Wall Street também registravam forte queda nesta terça-feira com o conflito entre Irã e Israel no radar. Por volta das 15h, o Dow Jones caía 0,77%, a 42.191,70 pontos. O S&P 500 tinha queda de 0,76%, a 5,897,57 pontos, enquanto o Nasdaq Composite recuava 0,91%, a 19.518,44 pontos.

Embora ainda não tenham surgido problemas no fornecimento da commodity, a mera ameaça do conflito deixa os mercados em alerta máximo.

“A questão maior é o que acontecerá no Estreito de Ormuz e, se houver um fechamento, isso terá implicações para os preços do petróleo”, disse Jukka Jarvela, chefe de ações listadas na Mandatum Asset Management.

Os preços do barril de Brent, referência mundial, e do WTI (West Texas Intermediate), referência nos EUA, registravam alta de 3,37% e 3,30%, por volta das 15h. A alta impulsionava as ações do setor de energia, com os papeis da Petrobras entre os maiores destaques. A PETR3, ações ordinárias, avançavam 3,03% e a PETR4, ações preferenciais, se valorizavam 2,29%, no mesmo horário.

Após o fechamento dos mercados na véspera, o presidente dos EUA, Donald Trump, disse em rede social que todos deveriam evacuar Teerã “imediatamente”. A fala ocorreu minutos após seu governo anunciar o envio de forças militares para o Oriente Médio, inclusive um novo grupo de porta aviões.

Na perspectiva de Alison Correia, analista de investimentos e co-fundador da Dom Investimentos, há uma “lambança de sangue” ocorrendo que pode ser duradoura.

“Todos acreditam que um ataque muito mais agressivo possa vir. Uma bomba muito mais catastrófica pode ser enviada nas próximas horas por Israel. Então o mundo está tenso por isso”, disse Correia.

O conflito começou na última sexta (13), quando Israel realizou um ataque surpresa que matou quase todo o alto escalão dos comandantes militares do Irã e seus principais cientistas nucleares. Israel diz que agora tem o controle do espaço aéreo iraniano e que pretende intensificar a campanha nos próximos dias.

Nesta segunda, Israel chegou a bombardear a sede da emissora estatal do Irã, interrompendo uma transmissão ao vivo e deixando o prédio da TV em chamas. A apresentadora Sahar Emani criticava Tel Aviv quando foi interrompida pelo som de uma explosão que sacudiu o prédio, seguida de gritos.

Trump tem dito que o ataque israelense poderia terminar rapidamente se o Irã concordasse com as exigências dos EUA sobre o programa nuclear iraniano.

Os investidores também aguardam a superquarta, quando os bancos centrais dos Estados Unidos e do Brasil divulgam, no mesmo dia, a nova taxa de juros para os países.

Os agentes financeiros estão se posicionando para uma série de decisões de política monetária nesta semana, incluindo do Fed (Federal Reserve, o BC americano) e do Banco Central do Brasil.

A autoridade monetária norte-americana divulgará sua decisão na quarta (18), com ampla expectativa de que mantenha a taxa de juros inalterada mais uma vez na faixa de 4,25% a 4,50%, enquanto avalia os impactos econômicos das políticas do governo Trump.

Nesta terça, dados divulgados pelo Departamento do Comércio dos EUA reforçam a expectativa de manutenção da taxa de juros por lá. As vendas no varejo caíram 0,9% em maio -recuo maior do que espero. Já os gastos do consumidor americano, que respondem por mais de dois terços da economia, sofreram uma forte desaceleração no primeiro trimestre e podem permanecer moderados no trimestre de abril a junho.

Na perspectiva de Paulo Silva, co-fundador da consultoria Advisory 360, deve pesar na decisão da autoridade monetária americana os riscos geopolíticos, como as tensões entre Israel e Irã, e a volatilidade nos preços do petróleo, reforçando uma postura mais prudente no curto prazo.

“O foco do mercado não estará na decisão em si, mas sim no gráfico de projeções de juros e nas palavras de Jerome Powell [presidente do Fed] durante a coletiva”, disse silva.

No Brasil, o Copom (Comitê de Política Monetária), do Banco Central, se reúne nesta terça (17) e quarta-feira (18) para definir a taxa básica de juros (Selic).

O BC brasileiro entrará no encontro desta semana com suas opções em aberto, com as apostas de investidores divididas entre a manutenção dos juros em 14,75% ano -com 68% de chance- e uma alta de 0,25 ponto percentual -com 32%- para o anúncio de quarta-feira, segundo dados da LSEG.

Ainda na cena doméstica, as atenções estão voltadas para o impasse em torno da tentativa do governo de elevar as alíquotas do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras).

O plenário da Câmara dos Deputados aprovou na noite desta segunda-feira requerimento de urgência de projeto que derruba o novo decreto do IOF publicado pelo Executivo na semana passada.

O placar, de 346 a 97, sinaliza uma derrota ao governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e reflete a insatisfação dos parlamentares, segundo líderes dos partidos. Eram necessários 257 votos de 513 para aprovar a urgência.

Depois da votação, Hugo Motta escreveu em uma rede social que o resultado da votação desta segunda foi um recado claro da sociedade. “Toda essa discussão sobre as contas não é sobre quem mora na cobertura ou no andar de baixo”, disse Motta, para quem “todos nós que moramos no mesmo prédio.”

Redação / Folhapress

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