Dólar recua com mercado à espera de novos dados econômicos; Bolsa fecha estável

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Apesar de ter começado o dia subindo, o dólar devolveu os ganhos e passou a cair no fim da manhã desta segunda-feira (3), fechando o dia com recuo de 0,26%, cotado a R$ 5,236. Já a Bolsa brasileira ficou no zero a zero, com oscilação positiva de 0,05%, fechando praticamente estável aos 122.031 pontos.

O mercado está em compasso de espera. Nesta semana, estão no radar dos investidores novos números sobre o PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro e sobre o mercado de trabalho americano. Há, ainda, uma possibilidade de corte de juros pelo BCE (Banco Central Europeu).

Pela manhã, o Banco Central do Brasil divulgou seu boletim semanal de projeções econômicas para o país, o Focus, que apontou alta na previsão de economistas para a inflação e para os juros neste ano.

Agora, os analistas passaram a ver apenas mais um corte de 0,25 ponto percentual na taxa Selic até o fim do ano, ante uma redução de 0,50 ponto na semana anterior. Eles também aumentaram ligeiramente a projeção para o IPCA em 2024, agora a 3,88%, de 3,86% na semana passada.

Após a divulgação do Focus, as taxas de juros futuros locais registraram altas firme, em especial entre os contratos a partir de janeiro de 2026. O movimento ocorre na contramão do exterior, onde os rendimentos dos títulos do Tesouro americano, os chamados “treasuries”, registraram baixa.

Além da queda dos treasuries, também contribuiu para a queda do dólar novos dados de gastos de construção nos EUA, que vieram abaixo do esperado.

“O dólar tem se comportado numa perda de poder em relação a outras moedas, muito por conta das expectativas de um processo de estagnação econômica [nos EUA]. As curvas de juros americanas também estão caindo bastante hoje. Tudo isso começa a colocar um pouco mais de pressão no dólar, o que alivia o preço para nós também em termos de câmbio”, diz Thiago Lourenço, operador de renda variável da Manchester Investimentos.

O real foi favorecido, ainda, pela forte queda do peso mexicano após vitória da governista Claudia Sheinbaum na disputa eleitoral à Presidência do México.

A Bolsa do país também foi impactada: o índice IPyC da Bolsa Mexicana de Valores (BMV) registrou uma queda de 6,01% no primeiro pregão após as eleições presidenciais. O nível de recuo não era registrado para um único pregão desde 9 de março de 2020, início da pandemia, quando o IPyC recuou 6,42%, segundo levantamento da Elos Ayta Consultoria.

No Ibovespa, o destaque do dia foi o GPA, que subiu mais de 7% após anunciar um movimento de recompra de ações. O setor bancário também fornecia suporte, com altas de Bradesco, Itaú e Banco do Brasil. Na ponta negativa, a Vale caiu mais de 2% e pesou contra o índice.

Sobre a Bolsa brasileira, Lourenço, da Manchester, afirma que não há gatilhos significativos para uma retomada de alta do Ibovespa, que segue pressionado pelo desempenho do setor de mineração, como a própria Vale, a empresa de maior peso do índice. Perspectivas pessimistas sobre a economia chinesa seguem como principal limitador para essas ações.

As bolsas em Nova York tiveram um desempenho misto, enquanto agentes financeiros aguardam especialmente dados do mercado de trabalho do EUA previstos para os próximos dias, incluindo o “payroll” na sexta-feira, tendo no radar decisão de política monetária do Fed no final do mês.

Na agenda da semana, IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulga na terça-feira os dados do PIB do primeiro trimestre, com expectativa apontada por economistas em pesquisa da Reuters de avanço de 0,8% sobre o trimestre anterior, marcando uma retomada de ritmo.

No exterior, o BCE pode iniciar um ciclo de afrouxamento monetário, reduzindo os juros em 0,25 ponto percentual, para 3,75%, na quinta-feira (6). Se confirmado, será a primeira vez na história que o BCE corta juros antes do Federal Reserve.

Redação / Folhapress

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