SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O dólar registrava queda firme e a Bolsa subia na manhã desta segunda-feira (24), no início de uma semana que será marcada pela divulgação de novos dados de inflação no Brasil e nos Estados Unidos.
Há expectativa, ainda, para a divulgação da ata da última reunião do Copom (Comitê de Política Monetária), marcada para terça (25), na qual a autoridade monetária fornecerá mais detalhes sobre o que motivou o comitê a manter a Selic inalterada no atual patamar de 10,5% ao ano.
Às 13h10, o dólar recuava 0,60%, cotado a R$ 5,407, enquanto o Ibovespa subia 1,04%, aos 122.609 pontos.
“Alívio hoje refletindo exterior. Acho que o mercado ficará em compasso de espera e com modesta volatilidade”, disse Fernando Bergallo, diretor de operações da FB Capital.
Nesta semana, após sessões marcadas por decisões de política monetária no Brasil e em mercados desenvolvidos, os investidores voltam suas atenções para a divulgação de novos dados de inflação, em busca de sinais sobre o processo de controle dos preços a nível global.
No Brasil, o mercado analisará na quarta-feira novos dados do IPCA-15 para junho, com expectativa de analistas consultados pela Reuters de alta de 0,45% na base mensal, ante 0,44% no mês anterior.
As divulgações de números de inflação no Brasil têm ganhado importância à medida que as expectativas do mercado sobre os preços seguem subindo para este e o próximo ano, gerando preocupação nas autoridades do Banco Central.
Mais cedo, economistas consultados pelo BC em sua pesquisa Focus elevaram novamente a projeção para o IPCA ao fim deste ano, a 3,98%, ante 3,96% na semana anterior, e para 2025, a 3,85%, de 3,80%.
A visão da autoridade monetária sobre a desancoragem das expectativas de inflação ficará mais clara com a divulgação da ata do Copom, que também será acompanhada pelo mercado.
No Focus desta segunda-feira, os economistas ainda elevaram sua projeção para o valor do dólar ao fim deste ano, visto agora em R$ 5,15, ante R$ 5,13 na semana passada, em meio à fraqueza recente da moeda brasileira.
No cenário externo, os investidores estarão atentos à divulgação na sexta-feira de números do índice PCE de maio, o indicador de inflação preferido do Federal Reserve (banco central americano). Analistas projetam estabilidade, ante alta de 0,3% em abril.
Após um início de ano em que os preços registraram altas acima do esperado nos EUA, os números mais recentes têm mostrado uma maior moderação, fornecendo confiança aos mercados sobre o processo de desinflação dos EUA.
Apesar da exibição de cautela por parte das autoridades do Fed, um corte de juros em setembro tem sido amplamente projetado por operadores, o que pode fornecer alívio ao real.
Redação / Folhapress